Fé - uma Indústria

Fé - uma indústria

Muito poucas pessoas neste mundo nascem sem alguma educação religiosa seja ela cristã, islâmica, budista, crença tribal ou alguma seita.

Todas elas assentam num conjunto de regras de comportamento bastante particular, que aproximam de Deus ou outra entidade divina. Existem sempre líderes que fornecem a ligação com Deus e aos quais os fieis devem obedecer sem reserva.

As religiões mainstream apresentam-se todas como mais de um milénio de existência, resistindo a guerras, perseguição políta e períodos desinteresse de seguidores.

As seitas aparecem e desaparecem mas nunca lhes falta mercado.

Porque será que as religiões têm tanto poder? Da parte da física é de facto argumentativo que explicar a existência do Mundo sem ir buscar presença Divina é vastamente impossível para o ser humano. Eu assim penso, sou forçado a admitir por exclusão de hipóteses que o mundo não pode ser pré-existente nem eterno sem haver algo que não consigo explicar.

Dai a acreditarmos em profetas e regermo-nos por livros sagrados já vai um passo grande demais.

O Universo é algo demasiado complexo para o Homem ter construido. Mas as explicações de quem o fez, como o fez são todas fornecidas por seres humanos que alegadamente tiveram contacto com Deus. Alguns afirmam-se descendentes humanos d'O Criador. Fizeram milagres, foram os salvadores, tiveram a palavra passada directamente por Deus que todos devem escutar como sendo a Dele.

Daqui extrapolaram-se as maiores aberrações, desde ter de ir a um encontro religioso uma vez por semana, de cobrir mulheres com trapos, de não comer carne de porco, nem de vaca, de não permitir transfusões de sangue, de não sair á noite, de não beber álcool e até de não poder tomar medicamentos.

Como é possível que alguem engula estas tretas todas?

Li há dias o Código de Da Vinci e fiquei em estado de euforia depois de o aviar. Não me lembro de livro algum que tenha sido comentado por tanta gente QUE NÃO O LEU SEQUER, sem recorrer ao "Versículos Satânicos". Os vectores principais da Igreja Católica rotularam de pouco credível (os tempos mudam, há uns anos atrás seria heresia, ou noitras religiões daria direito a pena de morte por muito menos). Impediram que muita o gente o lesse, cegando-os de aquilo ser uma obra para deitar abaixo o culto. Mas não é. E um romance, nem sempre 100% correcto nos factos, mas que junta muitas ideias pertinentes numa história só.
Há lá uma parte que Sophie e Langdon vão no avião privado com o mal feitor para o UK e perguntam-lhe porque raio a Igreja não abre as portas á liberdade e progresso do sec XXI. Ele responde que a religião existe para dar moral e estrutura e não para ser nenhum veículo de inovação.

E é mesmo isso! Fé! Religião vende Fé! As pessoas procuram um meio que que lhes dê uma orientação. Uma linha rígida para poderem agarrar-se. Uma "corda" da vida. Algo que possam agarrar no sofrimento. Natural que seja nas alturas demais sofrimentos que as pessoas rezem. Os regimes ditatoriais reforçam sempre a posição dos cleros. Algo que possa dar conforto aos azarado a quem as coisas não correm bem e aos falhados que não acertam com nada.

No entanto, os países governados por estados religiosos costumam ser retrógrados e de pouca liberdade. Curioso..

As religiões assentam sobre um monte de verdades dogmáticas - de crença obrigatória - que testam o cometimento do fiel. A maior parte dos dogmas na realidade não interessam para nada no dia a dia, definem a Virgem Maria, linhagens de Maomé, etc. Mas quanto mais absurdas mais servem para ver quem está do "lado de cá" ou do "lado de lá". As religiões que vendem mais fé são as menos liberais. Pode-se dizer que a Igreja Católica é relativamente liberal mas os jovens estão-se a borrar, preferem o futebol e a Playstation.
Em países pobres do Médio Oriente a devoção é total. Nesses paíes o islamismo é a maior fonte de miséria e fracasso que existe. Um livro, o Al-Corão tem sido usado de modo errado durante anos, como se fosse um código civil. Ao contrário da Bíblia que permite interpretações (já lá vamos) este proibe explicitamente a cobrança de juros em depósitos bancários. Dai os judeus serem experts na banca, sempre foram os infieis que ficaram com essa tarefa para os árabes não sujarem as mãos. Isso é contra tudo o que é bom senso e lei de Mercado. Essa arrogância moral, fez com que os Judeus enriquecessem á custa do dinheiro ganho com o suor dos árabes que ficam a roer-secom inveja. Não seria o objectivo do Corão apenas limitar os agiotas?
A mentira é tão grande e velha que nota-se um efeito muito curioso da "Fé". O efeito de "o rei vai nu". Quanto maior e mais óbvia for a mentira mais a fustração dos falhados os fará defendê-la com unhas e dentes. Sentem-se revoltados por os preguiçosos não crentes viverem melhor, dai necessitam de castigo. O Mundo Ocidental éem parte odiado pelo médio Oriente porque é muito superior tanto em qualidade de vida como em pecado. Como é possível que os infieis dos Europeus e Americanos que passam o tempo todos nos copos, que comem carne de porco, que apregoram religiões da tretar, e que deixam as mulheres descascarem-se como prostitutas, não só vivam melhor como pareçam felizes? Arderão todos no Inferno enquanto um terrorista os mata e vai ter com dezenas de virgens no Céu. Claro que matar gente inocente que pode até ser muçulmana já não é pecado. É uma Guerra Santa, mais uma "excepção" tal como as Cruzadas.

Todas as religiões parecem ser muito tolerantes para com o seus mas abrem excepções para as outros religiões.

A lógica da teologia tem valor zero tal como as discussões de penalties do futebol e de performances de governos. Sõa fações que geram intolerância e rancor para com os quais que estão de outro lado.

Na missa católica, a omilia é seguida de um credo em que os fieis juram incondicionalmente acreditar em Jesus (o profeta, não Deus!). Todos nascem em pecado e se não foream baptizados correm o risco de arder no fogo eterno. Os padres são abençoados com o Dom da Palavra de Deus e não erram, estão iluminados. Este é um dogma. Na Páscoa toca a penitenciar e fazer cara de enterro na 6ª feira santa porque Jesus morreu por nossa causa.

Para mim, coisas deste tipo são um insulto á inteligência humana. Mas quando os detectamos já houve formação religiosa durante anos e anos.

A Bíblia é uma coleção *arbitrária* de *traduções* de livros. Os do Novo Testamento foram escritos entre 20 e 70 DC. Não será mais que óbvio o parcial e possivelmente incorrecto que poderão ser? O Antigo Testamento é muito pouco falado pelos Católicos. Basicamente só fala de guerra e de o povo Judeu, sempre *AUTO*-proclamado como o Eleito de Deus, a ser perseguido enquanto salta de terra em terra. Não será também óbvio que o problema é se acharem mais que os outros e lhes invadirem as terras?? Face ao óbvio, opta-se pela negação total....(sic)


Quase todas as religiões são anti-conhecimento. Professam o Paraíso pela pobreza e sacrifício. O caminho árduo e trabalhoso para o Céu tem de ser sempre a evitar os obstáculos do Mal. Normalmente o Mal coincide com a maior parte dos prazeres carnais.

OS países islâmcios vivem num ambiente semelhante á nossa Idade Média. Foram séculos em que a ciência pouco ou nada progrediu, e sempre que o fez, foi ás escondidas.

Conhecimento, livre pensamento e, pior, uma pessoa gerir sozinha a sua relação com Deus está fora de questão. Tem sempre de haver um intermediário imposto qualificado.

A Bíblia permite interpretação mas quantas pessoas algum dia a leram sem ter tido catequese ou outra formação antes? Dias houve em que o Mundo feito em 7 dias e o Universo geocêntrico eram verdades para acreditar, com graves consequências, caso contrário.

Hoje em dia, internet, aborto, preservativo são questões progressistas de grande engulho na Igreja Católica. Noutras é ainda pior, qualquer tecnologia ou liberdade de direito humano é pecado capital. Mesmo que exactamente o opostos esteja escrito na Torah, Corão ou Biblia. Algum teólogo já consguiu distorcer algum versículo e convertê-lo numa falácia de carácter muito duvidoso que atesta aquilo que se esperava.

Acontece que em países onde a política está separada da religião (Portugal assim avança), o anacronismo entre o que as pessoas podem e aquilo que a religião deixa, aparece.

A Fé continua a vender mas quem quer andar na missa e a saber se a Maria era Virgem?

Mas lá ir para o Céu ou poder acreditar em dias melhores cá na Terra ainda interessa.

Proliferam então as seitas que vendem Fé low Cost. Penitência? não é preciso. Levar vida regrada? Também não. Que fazer então? Uns donativos á IURD, a compra de uma bíblia encadernada ou a compra de espaço no Céu ao m2 como se fosse na Lapa resolvem o problema.

Porque raio então o Vaticano são solta cá pra fora um Papa jovem cheio de ideias novas, em vez dum velho decrépito? Porque é que mesmo o João Paulo II era um tremendo bota de elástico nas coisas mais simples, embora tivesse vião e coragem política? Porque é que a Igreja finca o pé e enfurece muitos fieis com posições incrivelmente ignorantes e teimosas em certos assuntos?

Experiência. Ainda há 60 anos atrás a Europa andava em Guerras e a Fé á moda tradicional era um bem inestimável.

O tempo virá....

Será que a educação religiosa é um Mal? Claro que não. Os principios básicos de respeito pelo próximo, existência de divindade superior são algo que define a evolução da espécie humana.
Não confundir, no entanto, com:
- aparições de Fátima
- Guerras Santas
- Papas, imãs e mullahs com poder polítco e judicial
- TODO E QUALQUER CULTO que exija obediência cega e que repudie a busca de conhecimento
- repressão de direitos da mulher.

Comments

Jingas said…
Pequena correção :O credo na missa diz "Creio em Deus Pai todo poderoso, Criador do Céu e da terra"...
Sem dúvida, JB.
O objectivo deste artigo é mesmo mostrar a mescla entre as duas e a deturpação que existe do divino pelo humano desonesto.

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