Politica em tempo de eleições

É evidente, sem surpresa, que o Paquistão é odiado de morte aqui. A TV e os jornais estão constantemente a especular sobre o desmoronar do “Pak”, como lhe chamam. Os hindus com que falámos mostraram algum desprezo ao mencionar os muçulmanos. Estes parecem viver nas zonas mais pobres.

O assunto do massacre dos Sikhs dentro do Templo sagrado em Amritsar em 1984 continua bem vivo. Mesmo depois da vingança com o assassínio de Indira Gandhi, e do 747 da Air India destruído por cima do Atlântico, os ânimos permanecem exaltados do lado dos Sikhs. Neste momento está em marcha a contagem final para as eleições legislativas. Um ministro chamado Tytler, com quota de responsabilidade no evento de 84, foi nomeado para um cargo politico de relevo, e foi atingido por um sapato numa conferência de imprensa (nota: demitiu-se 2 dias depois).

No dia em que chegámos houve uma série de atentados terroristas, embora de pouca dimensão. Foram quase todos em Assam, no apêndice entre o Bangladesh, Butão, Nepal e Myanmar. O grupo terrorista local, UGAL, reivindicou os atentados que mataram meia dúzia e queimaram umas quantas motas (o que é uma tragédia monumental aqui).

Os media são totalmente focados no que se passa no País. As poucas noticias estrangeiras ou referem o Pak, UK ou US. Muitas delas são tretas sobre actores, tipo as adopções da Madonna. Aqui, quem não tiver um familiar emigrante, não faz peva de ideia do que é o mundo lá fora. Os canais passam quase só programação local, sem sitcoms ou filmes ocidentais. Mesmo os cinemas que vimos em Mumbai eram totalmente virados para as produções Bollywoodescas. É facílimo para um português se fazer passar por americano ou outro Pais que queira. Nem em Goa lhes passa pela cabeça que possamos ser portugueses. Grande parte dos turistas brancos são australianos.

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