Portugal x Irão


Depois da primeira vitória o segundo jogo era visto com mais tranquilidade. Levantados de manhã num hotel perto do aeroporto de Frankfurt, totalmente dominado por adeptos do mundial, depressa nso apercebemos que o adepto típico iraniano tem um aspecto totalente ocidental, sem turbante nem barba. Tinham também um aspecto totalmente pacífico e até um bocado burguês. Os portugueses estavam em bom número, uns de nós tinham colocado uma bandeira do lado de fora do hotel, mas em inferioridade em relação aos persas. Apanhado o autocarro até ao centro da cidade, ai é uma procissão monumental de persas, a apitar dentro de carros, com bandeiras e camisolas da sua seleção e a mostrar imenso orgulho no seu país independentemente daquilo que possa ser a opinião pública mundial.
Vimos junto á Hauptbahnhof (estão principal de comboios - Hbf) um casal de lésbicas em que uma delas era iranina. Ai se algum Mullah visse aquilo, ai ai. Frankfurt, a cidade onde está o Banco Central Europeu, chama-se Frankfurt-am-Main, ou seja Frankfurt no rio Main. Existe outra Frankfurt, lá para os lados de Berlim e menos importante, esta é identificada por ser atravessada por este rio, afluente do Reno (Rhein). Lá perto existe uma cidadezita chamada Bingen, e lembro-me de o primeiro A300 em que voei ser um da LH chamado Bingen-am-Rhein.

O comboio para o jogo e a são milhares de adeptos de ambas as partes em romaria rumo ao templo do futebol.

Na zona adjacente ao estádio distribuia-se um jornal de portugueses editado na Alemanha. Fiquei estupefacto com a qualidade da publicação, muito boa com artigos de fundo sobre a historia de Portugal, nada do tipo "imigra", mas com belos textos sobre a Pátria. Tinha um artigo sobre um taxista português a quem a Mercedes lhe (re)comprou um 200D para exposição no museu. Tinha 1.8 milhões de km nas rodas, mas estava em perfeito estado. O homem diz-se meio arrependido de vender o carro, que comprou novo, mas que a lei não o permitia usar como taxi.

Ao entrar no estádio fiquei boaquiaberto, pois este é coberto. O estádio do pobrezito Eintracht de Frankfurt foi remodelado (lembro-me de ver as obras há 2 anos, do ar, em aproximação a Frankfurt) e é hoje um grande palco desportivo. Durante os hinod respeito total de lado a lado, e é bonito ver que as confusões das armas nucleares são totalmente esquecidas em prol de uma festa que une todos.

Muitos dos adeptos irnanianos usavam a camisola do Karimi, estrela da equipa e jogador actual do Bayern Munich, um jogador de excelente toque de bola e bastante evoluido. Outra vedeta, Ali Daei, já com 170 internacionalizações e ex-jogador do Bayern e Hertha Berlin estava lesionado. O médio-lateral, Mahdavikhia do qual me lembro marcar o 2-0 golo contra os US no mundial de 1998 num jogo muito "quente" , estava em campo. Joga também na Bundesliga.

Á nossa frente estavam dois adeptos com nomes asiáticos nas costas, mas com...camisola portuguesa. Tinham também cara de asiáticos, o que nos surpreendeu muito.

Para meu gaudio, via-se do estádio aviões em aproximação a Frankfurt. Pude observar um MD-11 da Varig na final, possivelmente uma das últimas viagens desta companhia.

O nosso amigo português que vivia em Nuremberga foi chamado de emergência para a Hungria de modo que veio um amigo dele alemão, o Mark, ver o jogo com uma camisola de Portugal - comprada por ele. O escocês que nos acompanha, desta vez não usou o kilt, ao contrário de no jogo com Angola. No banco ao nosso lado um português nascido na Alemanha, que vivia perto de Frankfurt e foi companhia nossa nos 3 embates do grupo de qualificação

O primeiro golo tardou em vir, o jogo estava meio morto, muitos jogadores portugeses tinham um ar cansado e o Cristiano Ronaldo insistia em palhaçadas em campo. Festejamos de modo completamente eufórico, e um casal de alemães á nossa frente que estava ali para apanhar as emoções até nos agradeceu por ter registado um momento assim de alegria.

A substituição do Karimi, desapoiado mas perigoso foi uma alívio, e o segundo golo, de penalty, marcou o fim do jogo. Filmei o golo, e vê-se a camera completamente fora do lance no momento em que o guarda-redes contrário atira-se para o lado errado.


No fim do jogo os iranianos totalmente calados enquanto toca a música da Nelly Furtado "como uma força" e os portugueses rompem de alegria.

De volta a Fankfurt e toca a apanhar o bus da Ryanair rumo a Frankfurt-Hahn, a 1h45 de viagem dali. Á nossa frente umas americanas com ar meio médio-oriente com camisolas e puslseiras do Irão, em tour pela Europa.
Hahn é tão Frankfurt como Beja é Lisboa. Uma antiga base militar dos US foi convertida em aeroporto para ser usado pela RyanAir. Há 4 anos era um barracão com meia dúzia de balcões de check-in e Il-76 da Aeroflot, hoje em dia tem uam vintena de balcões, lojas e restaurantes, uma erotic shop e muito mais movimento low-cost. Qual a nossa supresa ao ver dois aviões da TAP lá!! fretados para trazer adeptos, regressavam a Lisboa juntamente com um 737 fretado da Air Europa. Vimos lá o major Valentim e encontrei o nosso madeiresne Rui Marote, presidente da Associaçao de Futebol do Funchal. Já o tinha conhecido no Mónaco, antes do jogo da supertaça europeia entre o Valência e o FCP, e também dia de sorteio da taça UEFA que ditou o embate Maritimo-Rangers.

No check-in para London-Stansted encontramos os tais asiáticos com camisola tuga. Eram ingleses que arranjaram bilhetes, e que mesmo sem ligação a nação prtuguesa, foram ver o jogo.
Videos:
Penalty marcado pelo Cristiando Ronaldo (2-0)
http://www.youtube.com/watch?v=pLnoU-4ObxE

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