Setembro Negro

Vi o filme "Munique" de Steven Spielberg e gostei muito.
Antes de mais é imparcial. E SS é judeu. Em Israel já se se pronunciaram de maneira negativa sobre como o país (que nem todos reconhecem) é retratado. Um pontapé na choradeira de Israel que chama anti-semita tudo o que conte a verdade sobre o terrorismo e chacinas de que são artífices na sua terra. A falácia do tentar confundir as vítimas do Holocausto com os actos da Mossad e do governo assassino do Likud. Mostra de maneira bem clara o toma lá dá cá que é o conflito israelo-árabe. Olho-por-olhos, dente por maxilar em bola de neve.
Avner é mostrado como um idealista patriota. Conhece Ali, terroista do Hamas que lhe mostra um carácter fanático. Avner acaba por matar Ali e no fim torna-se igual na luta cega justificada contra os árabes. O esquema podre de limpar OLPs e outros árabes como culpados do planeamento do 11Set72 é desmascarado como uma caça á buxas intencional. O total desrespeito pela lei dos países onde atacam é patente.
A vingança pós Munique é mostrada numa reunião com uma (bem representada) Golda Meir em que falam de um raid que aniquilou 200 refugidos CIVIS palestinianos. Golda é retratada como uma hipócrita sangrenta com o discurso esfarrapado "para o povo massacrado de Israel, é justo matarmos a torto e a direito".
Num raid em Beirute, o chefe do grupo apresenta-se como Ehud Barak. Sim, é o sr Engenheiro-Comando que chegou a 1º Ministro, mais um sádico que chega ao poder na linha de Gurion, Sharon etc.
Na versão legendada Portuguesa é espantosa a falta de cultura dos tradutores. Num discussão sobre o método de levar os terroristas á justiça, referem o processo em Tribunal e ouve-se: "like we did with Eichman". A tradução roga "Como o Eichman fez". Será que não sabem do autor da "Solução Final"????
"Kudos" para o retrato do ataque em Munique. Passou-se a 30m do alojamento dos Portuguese onde estava Fernando Mamede. Retrata bem que dos 11 israelitas na realidade não eram todos atletas, havia árbitros e treinadores. O que não mostra exactamente mas dá a perceber é a incompetência dos alemães na cilada no aeroporto. O B.727 está vazio e era suposto snipers na torre de controlo limparem os terroristas logo que estes se apercebessem. Os snipers não só não tinham qualquer tipo de treino como não tinham miras telescópicas nem visores de infra-vermelhos. A primera coisa que os árabes fizeram foi estoirar com as luzes. Um dos alemães morreu no tiroteio que durou 1h15m. Os israelitas foram abatiidos impidedosamente como se viu. Um deles veio a morrer apenas por inalar fumos tóxicos no incêndio á granda num dos helis Bell. Um deles, um jovem de 18 anos, era um judeu russo que tinha conseguido nacionalidade israelita meses antes.
Os JO continuaram com bandeiras a meia haste, menos dos paises árabes que se recusaram. A URSS bateu os USA por 50-49 no jogo mais quente da história do basket internacional. Doug Collins, treinador recente dos Pistons e Wizzards colocou a sua equipa á frente a 3 segundos do fim. Um tremenda confusão na mesa deu várias posses de bola aos russos. Na ultima, uma reposição da linha lateral para o outro lado do campo, é recebida por Alexander Belov que marca sozinho no ultimo segundo, com 2 jogadores US projectados. As medalhas de prata dos US continuam hoje em dia na sede do COI em Lausanne. Foram tempos conturbados.

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