Porque raio um avião regional tem 4 motores, quando 2 eram bem capazes???
Eis fotos do meu primeiro voo num
Avro RJ100, o
HB-IXW da
Swiss, num voo NCE-ZCH.
A
Swissair (agora
Swiss e futura parte da
Lufthansa) tinha a mania de meter nomes ridículos nos seus aviões.
Bae146/Avro RJ - "
Jumbolino"
Convair 990 - "
Coronado"
Eis uma explicação de quem sabe porquê ;)
AVCO Lycoming tinha iniciado a produção do Lycoming ALF 502, uma turbina baseada na secção quente dos motores Lycoming T55 que equipam o Boeing CH-47 Chinook concebida
para equipar o Northrop A-9 avião que iria competir com o Republic A-10. Como se sabe, o A-10 venceu e a Lycoming ficou com um motor pronto mas sem cliente. A certa altura conseguiu um contrato para fornecimento de reactores para o Lear Learstar que viria a ser adquirido pela Canadair e produzido como o CL-600 Challenger. Ao fim de poucas unidades (uns trinta e poucos) a Canadair trocou de motores e passou a utilizar os General Electric GE CF-34. Mais uma vez a AVCO Lycoming se encontrou sem cliente. Deste lado do atlântico a British Aerospace tentava lançar um antigo projecto da Hawker Siddeley para produção de um avião de até 110 lugares para linhas regionais para substituição do BAC.1-11 e destinado a competir com o Fokker F-28, ambos aviões equipados com turbinas Rolls-Royce Spey e que por isso em breve seriam banidos dos céus europeus devido a problemas de poluição sonora. A Lycoming propos entrar no projecto se as turbinas por eles fabricadas fossem utilizadas. Esta a razão da estranha configuração de quatro motores para um avião deste peso. Ver: http://www.flybernhard.de/ueb_eng.htm?http://www.flybernhard.de/bae146_e.htm http://www.aerosite.net/bae1461.htm http://www.smiliner.com/index.html http://aviation-safety.net/database/type/120.shtml http://www.airsafe.com/events/models/bae.htm --------Outro facto curioso sobre a utilização da configuração de quatro reactores é que, quando foi assinado o contrato de “risk sharing”
entre a AVCO e a BAe, a Lycoming exigiu que as asas fossem construídas pela AVCO Structures. Desta forma a Lycoming (Textron) ficou com a garantia que naquela asa só entrariam os seus motores. Quando mais tarde surgiu no mercado o fabuloso Rolls Royce Tay (sucessor do Spey) e a BAe pensou em utilizá-lo numa configuração bi-reactor, a Textron obviamente não aprovou. Como seria extraordinariamente caro projectar e construir uma nova asa, a configuração quadri-reactor permaneceu até ao fim da produção.
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