O 11 de Setembro, 5 anos depois.

Amanhã faço LIS-LHR na TAP, poucas semanas após o sururu com o complot terrorista com os líquidos. Levo o bobi com liquidos (perfumes, pasta de dentes) porque no sentido de ida ninguém liga a nada dessas proibições. Ao vir será diferente, terei de deixar todos esses fluidos suspeitos em terras de sua majestade ou, mandá-los para o porão. Como mandar malas lá para baixo nunca me deu jeito, e menos agora vou levar umas amostras de perfume e uma embalagem de dentífrico que até já está meia dura. Champô deve ter no hotel e desodorizante tenho um quase seco. Levo a lâmina na barbear á mão há meses e meses e nunca me dizem nada, mas desta vez não arrisco a minha Gillette Mach 3 (a ver se os anúncios do google me dão alguma coisa por isto) de 20 e tal euros, não senhor. Levo uma ranhosa Bic descartável que fica lá.

Como sou um terrorista até prova em contrário há que demonstrar a minha inocência atirando fora as "provas", enquanto me submeto ás investigações, pagando - e bem - por ter o privilégio de ser escrutinado.

Voltando ao 11 de Setembro, já muito diluído no seu evento após as invasões do Oil-Gang e líquidos terroristas, lembro-me perfeitamente desse dia.

Estava no trabalho, por cima da clube de Strip Photus, durante a tarde quando alguém anuncia que se espetou uma avioneta nas Twin Towers. Nada surpreendente já que um B-25 da USAF fez a mesma proeza no Empire State Building nos anos 40. Uns minutos depois dizem que bateu mais uma avioneta, mas nisso ninguém acredita. Indo ao site da CNN já estava em baixo, fomos para um bar na cave ver a CNN. Ainda estavam as Torres de pé, e não duraram muito tempo, a segunda atingida a vir cá abaixo primeiro. Entretanto sai a noticia do 757 da united na Pennsylvania e o outro o Pentágono. Lembrei-me do Bin Laden, que embora não conhecido do grande público em geral, era já figura do terrorismo por causa do atentado nas mesmas torres em 93. Ficamos todos boquiabertos não só com a audácia e engenho dos terroristas, mas com a vulnerabilidade dos US. Nunca imaginei, mesmo depois de ver os incêndios nas torres, que estas pudessem ser postas ao nível da estrada em tão pouco tempo. Impensável aquelas imponentes construções, símbolos do mundo ocidental serem arrasadas tão facilmente. O espanto e estado de choque ajudou de certa forma a amortizar o vermos o sofrimento e desespero das pessoas que até se atiraram pelas janelas. Em pouco mais de uma hora as torres não eram mais que uma pilha de entulho no meio de NY, sabendo-se que estariam milhares de pessoas lá dentro. Os videos já no próprio dia eram enviados por mail, anedotas como "as Twin Towers de Lisboa subiram 2 lugares no ranking das mais altas" foram apenas se calhar o tentar ultrapassar o assunto. Felizmente nenhum dos meus familiares de NY se encontrava lá. Li que uns executivos do Banif só não morreram porque a inauguração do seu office foi adiada um dia.

Dias depois fui embarcar em lisboa e nem se podia passar da rua sem bilhete na mão. Colegas meus que os iam levantar numa agência dentro da gare bem tiveram de de explicar.
Cerca de dois meses depois fui para o UK onde ouvi uma história engraçadíssima. Em Chatham, cidade pequena e decadente no Kent, existe um centro comercial chamado “Pentagon”. Contaram-me onde trabalhei que houve um senhor que, ao saber do ataque ao Pentágono, ficou aterrorizado porque a sua mulher trabalhava lá. No centro comercial de Chatham, ie...

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