Benfica - Anos de Ouro do Basket Português

Sou um adepto do SCP, sócio e frequentador de Alvalade durante vários anos. Sou também um forte opositor do SLB e tudo aquilo que a instituição representa. Com uma pequena excepção, sou benfiquista em basket. O SCP acabou com a sua pobre equipa algures por 1996 ou 1997, mas já nessa altura eu era do Benfica. O clube num todo nada representa para mim, senão repugnância. A secção de basket - unicamente - é responsável por alguns dos maiores feitos do desporto português, infelizmente projectados em segundo plano num país onde o futebol parece ser o único desporto por vezes (o termo "modalidades amadoras" só existe cá).
A equipa mágica do Benfica que ganhou 9 campeonatos nacionais vi-a jogar pela primeira vez na Final a 4 da Taça de Portugal, disputada na Madeira, no Pavilhão dos Trabalhadores. Habituado apenas á NBA, não conhecia nenhum jogador português sequer. Vi pela primeira Lisboa, Pedro Miguel, Plowden, Artur Leiria e José Carlos Guimarães na meia final contra o Beira-Mar, antes da vitória contra a Ovarense de Pedro Nuno e cia. Fiquei maravilhado com o poder atlético de Jean Jacques, o tiro de Lisboa a inteligência de Leiria - que nem profissional era - e a grande competitividade do conjunto.
Já conhecia do Jean Jacques dos JO92 e da magnifica vitória do conjunto Angolano por 20 pontos contra a seleção espanhola, culminada com um brutal afundaço de costas, depois de terem sido gozados pela derrota com o Dream Team por 67 pontos no jogo incial. Só voltaria a ver a equipa no ano seguinte, quando compramos uma parabólica (não havia TVCabo na minha zona) e vi um jogo de liga Europeia (o equivalente á liga de campeões do basket) em que o Benfica bateu o Clear Kantu italiano (jogava o holandês ex-NBA Gert Hammink) com uma grande exibição de Carlos Seixas, um jovem na altura.
Nessa altura o Benfica tinha alguma notoriedade nos media por causa de uma vitória no Olimpico de Badalona contra o Joventut. O Joventut era um grande equipa com grandes jogadores espanhois (Villacampa, os irmãos Jofresa) e estrangeiros de qualidade como Corney Thompson e Mike Smith). Dois anos antes tinham perdido uma inesquecível final da Euroliga contra o Partizan de Belgrado, em que perdiam por um nos ultimos segundos. O Jofresa mais novo, Tomás, em jogada individual lança uma media distância apoiada num pé com Djordjevic em cima, a bola bate no aro, vai á tabela e entra. Faltavam uns 5 segundos e na altura o cronómetro não parava quando se ia repor a bola em jogo. O Djordjevic recebe a bola, dribla o campo todo pela linha lateral com o T. Jofresa em cima, faz a chamada para lançamento perto da linha dos três pontos, virado para a linha final, corrige a orientação do corpo no ar, e enterra um triplo com um segundo para jogar. O Joventut ainda lança de meio campo mas creio que já fora de tempo.
Em 1994 ganhariam sim a final em Tel Aviv contra o Olympiakos onde jogava o renegado Roy Tarpley, com Corney Thompson a cravar o triplo da vitória no ultimo minuto, e depois Paspalj a falhar um 1+1 e uma lançamento que podia ter empatado.
Voltando ao Benfica, vi depois uma derrota contra o Panathinaikos onde jogavam Gallis, Alexander Volkov (vindo dos Hawks) e Vrankovic. O SLB bateu-se bem mas não logrou vencer. Ganhar ao Benfica dava sorte, e o Panathinaikos perdeu de maneira contudente em Portugal, num ano em que bateu o Barcelona (grande equipa esse ano com Karnisovas, Dan Godfread e Xavi Fernandez) por um ponto numa final com um desarme ilegal de Vrankovic a Montero no último segundo.
Para que a vitória fique bem equacionada, jogavam lá Yannakis (grande jogador grego), Economou, Alvertis, Korfas (lançava de três com uma mão, com acerto) e Dominique Wilkins. Sim, o nono melhor marcador da história da NBA, que nesse ano auferiu 5 Milhões de USD - LIVRES DE IMPOSTOS - mais regalias. E não, não estava podre, ainda voltou á NBA aos Spurs, fez mais uma época na Europa na TeamSystem Bologna e finalizou a sua carreira nos Orlando Magica. Teve grandes problemas de adaptação ao basket FIBA e confrontos com Bozidar Maljkovic mas acabou por ser fulcral nessa época com 35 pontos na meia final contra o CSKA de Moscovo (super-equipa esse ano com Karasev, Koudelin, Vetra, Panov, Nwosu etc).
No jogo contra o Benfica Dominique tenta finalizar um contrataque com um fabuloso afundanço, mas aperece JJ e abafa-o !! O jogador ateniense recuperou a bola e á segunda enfiou-a de cima abaixo. Umas jogadas depois, o JJ colheu um ressalto na sua tabela, driblou o campo todo e com espaço aberto fez um afundanço "tremendo" (como diria o falecido professor João Coutinho) na cara de Dominique com falta deste.

..continua...

Comments

Unknown said…
ES UMA VERGONHA!!!

BENFICA E' MERDA E DEVE PERDER A TUDO NEM QUE SEJA NO JGO DA MALHA. BOCIA OU CURLING!!!

por essa ordem de pensamento apoias a equipa da merda nos anos 60 não!? FDXXXXXXX
Luis Abreu said…
so gays do scp e fcp e q podem dizer isto do glorioso...ve, fag, q merda e esta de falar do glorioso aqui no blog? ainda vais ser processado por causa disto!

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