Incrível não ter ficado no chão na Portela

Ia apanhar o TP804 LIS-MXP das 15h10.


Chegado á Portela 14h25, o check-in era nos balcões comuns, uma aberração em que os balcões 64-74 estão abertos para uns 10-15 voos, com uma longa fila em espiral de ângulos rectos. Claro que uma pessoa num voo perto de fechar no check-in pode estar atrás de outra cujo voo sai dali a 3 horas. Noutros aeroportos, como Barajas, já vi 3 ou 4 voos por balcão, mas agrupados pela hora de partida. Há uma grande diferença, porque o voo mais urgente precisa SEMPRE de algum funcionário fazer uma chamada verbal para passarem os pax respectivos á frente. Claro que quem estiver distraído, ou perceber mal a língua local, está a meio caminho de ficar em terra. Na portela, é bastante mais grave devido á maior dimensão da fila e número de voos.

Ao chegar ao aeroporto vejo que deixei o BI noutro casaco, e embora já tendo embarcado com carta de condução, achei melhor jogar pelo seguro. O meu colega tinha bagagem de porão e ficou na fila comum, e eu como só tinha bags de mão, fui ao balcão de check-in sem bagagem. O voo entretanto dá como atrasado para as 16h. Lá garantiram-me que o meu lugar ficava bloqueado mas que tinha de aparecer com o BI até ás 15h. Eram 14h40 e como moro perto, era apertado apanhar um taxi e fazer uma round-trip para ir buscar o papelito. Mas possível.


Passando no balcão comum, vejo que o meu colega ainda estava bem longe da sua vez. Furo a fila e pergunto a uma técnica de tráfego se estava na hora de fecho do check-in. Diz-me com uma má cara que já tinha fechado e rien a faire. E faltava ainda 1h20 para o voo. Não podia ser em pior altura, levei o rapaz ao balcão de check-in sem bags, expliquei-lhe a conversa que tinha de fazer para se safar, dei-lhe o meu número e zarpei para apanhar um taxi nas partidas. Eram 14h44. Apanhei um velhote que até percebeu a urgência da coisa, mas o 190D tinha o motor bom mas o resto do carro era uma carroça barulhenta e torcida.


Pelo caminho só condutores de domingo...Começo a ver que estou com pouco dinheiro, começo a planear para ver se ao chegar ao aeroporto o meu colega está em baixo nas chegadas para pagar a corrida, mas poderá (e como vim a saber depois que assim teria sido) ser impossível se ele estiver a fazer check-in. Em casa apanho o BI e encontro 1.5 euros que me davam para pagar a corrida sem problemas.


Ao regressar, atrás de um camião da Coca Cola que dava 20 de vantagem ao carro da frente sempre que arrancava num sinal vermelho. Entretanto liga-me o meu colega a dizer que conseguiu safar-se que afinal check-in aberto, recebeu o cartão de embarque no balcão onde estava e foi entregar a bagagem de porão num balcão normal. Como de costume, quem não tem boca, não vai a Roma. Eu consigo chegar ao balcão onde estive ás 15h em ponto e não tive problema, apesar da técnica de tráfego não ter muita experiência com os comandos "á anos 70" do sistema de gestão de paxs.


O voo ainda atrasou mais, vinha de Barcelona, e usou-se o apertadíssimo CS-TNE Sá de Miranda (Ex-TAP e Ex-Air Luxor, alegadamente arrestado num aeroporto de Londres a esta última pelo dono, o lessor BAIL). Vim num lugar ranhoso, o 22B, ao meu lado um africano que tremeu como varas verdes á aterragem. O rapaz esteve calminho durante o voo, mas quando fizemos a aproximação, puxou de um terço e começou a tremer e a rezar, só parando depois da desaceleração na pista completa.

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