Assisti ao nascimento e morte de um avião

Em 1985 fiz LaGuardia-West Palm Beach num 757 da Eastern Airlines. Na altura o 757 era um avião "novo" (começado em produção em 1981) disse-me o meu pai e ainda levou algum tempo a começar a aparecer na Madeira. O avião foi lançado em 1979 como sucessor do 727-200, com dimensões semelhantes, mesma cabine, mas apenas 2 pilotos e com consumos de combustível mais modestos. Uma semana antes do lançamento oficial, o desenho previa uma cauda em T, mas com motores nas asas. O lançamento foi feito já com a actual configuração, e com riscos financeiros repartidos por americanos e italianos.

Recentemente, a Boeing encerrou a sua linha de produção em Renton para dar lugar ao 787, ficando a necessidade tapada com a ultima versão do 737-900.

Foi o primeiro avião de grande porte que assisti ao seu nascer, afirmação e fim de produçaõ. O A310 continua oficialmente em produção devido á variante militar MRTT, apesar de transcorrida mais de uma década sem encomendas civis. O mesmo acontece com o B.767, gémeo mais gordo do 757 com cockpit comum, disponível ainda na versão militar e vendido recentemente para a JASDF e FA Italiana. Os 717 e MD80/90 não os conto já que são apenas desenvolvimentos do já bem antigo DC-9, tal como os 737 classic continuam hoje em dia nas versões NG.


Os 757 foram um sucesso como charters, bom alcance e custos operacionais reduzidos em relaçao ao 727 (o 737 ainda só tinha a versão -200). Já mais tarde saiu a versão -300, estreada pela Condor (Thomas Cook, agora), que se vê ainda com frequência na Madeira. Este é um inconfudível charutão que leva um tempão a desembarcar e ao qual um passageiro que não compareça ao embarque causa sérios engulhos.

Depois da viagem em 1985, penso só ter voado num em 2005, num LHR-LIS logo após o primeiro voo do A380. Foi o G-BPEC da BA que aterrou sem a cobertura de uma das carenagens dos flaps.

Pelo caminho fica um avião elegante, com um trem principal com rodados de 4 pneus, e com um forte rasto aerodinâmico.

Incrivelmente, o primeiro 757 português, foi registado apenas este ano, o CS-TLX da EuroAtlantic. Chegou como modelo fora de produção, mas ainda se verão muitos por ai. Faz neste momento voos directos da Madeira para Fortaleza. A defunta Air Columbus chegou a ter um pintado com as suas cores, mas nunca operou pela companhia.

Este avião possibilita que rotas intercontinentais com pouco movimentos possam ser viáveis. Companhias como a USairways e Continental voam para destinos de segunda linha na Europa (Lisboa, Colónia etc) com este avião, com um pouco menos de 200 pax.

Comments

"Condor (Thomas Cook, agora)"

Mas que entretanto já voltou a ser CONDOR de novo.. amraca era muito forte e os novos accionistas da Thomas Cook decidiram restyabelece-la :)

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