Viagem a Cuba - Parte IV - Arredores de Santiago
O hotel estava bastante vazio á espera da vaga de fim de ano da Italia e da França. A zona de praia, Barracoa fica ainda a 66km de Santiago, que é um popular destino mesmo para os Cubanos. O carnaval é celebrado a 26 de Julho e o mais festivo é o de Santiago. Há bastantes hoteis, modestos no luxo, para os cubanos, já que os comuns mortais locais estão barrados dos hoteis de luxo tanto pelas posses como pela lei. Os poucos hóspedes eram alguns caisais como nós e os turistas europeus masculinos em busca de cubanas. Vimos suiços/alemães de 40 anos pra cima a irem ao pequeno almoiço com cubanas, e depois irem passear. A recepção fervilhava de meninas, e os empregados pareciam estar a avisar onde andavam os turistas a solo. Havia farmácia, lojas de roupas, câmbios e até um restaurante italiano. O restaurante dava um guardanapo de papel por pessoa, entregue no acto pedido do prato, muito fininho. Em lado algum vimos suportes de guardanapos, nalguns restaurantes eram de pano.
No segundo dia resolvemos dar uma volta fora da cidade, e mesmo á porta do hotel regateamos entre um taxista e um ginetero, um passeio por 40 CUC. De referir que o negócio dos taxis é semi-privado, a cubataxis governamental entrega o carro e dá desconto na gasolina (que é ao mesmo preço de Portugal), contra um pagamento de 40 CUC diários, violenta hipocrisia dado os ordenados que paga aos funcionários públicos. Portanto a margem negocial com os taxistas oficiais é bem menor que a dos falsos, ainda mais porque usam carros americanos ou carros pessoais de serviço de médicos ou outros funcionários mais previlegiados. Uma razão pela qual os médicos fazem comissões de 4 anos na “operação milagro” pelo estranegiro, é receber 450 euros mensais (dos 2000 que o estado recebe). A outra é ter o direito a comprar um carro, o que é tipicamente trespassável por 1000 USD. Atenção que não é o mesmo que comprar, é uma autorização apenas. De modo que há dois tipos de carros particulares a rodar nas ruas: os americanos que são transácionaveis sem problemas e são totalmente remodelados por dentro, com motores novos, caixa nova, pneus novos, de modo a poderem manter o estatuto legal como vendível. Os carros novos já não são transmissíveis, por isso são menos apetecíveis. Os funcionários públkicos com carro também os costumam sub-alugar a taxistas ilegais para irem rendendo, uma mina de ouro em comparaçao com os ordenandos oficiais.
Voltando ao passeio o Javier, carpinteiro de férias dixit, levou-nos ao carro do Hector, um Chevrolet de 1951. O Hector era pescador mas sabia de mecãnica e tinha recuperado o carro que era do avô, tendo estado 12 anos parado. O Javier era bom guia e fomos visitar o cemitério de santa ifigénia onde está enterrado o José Marti, o senhor Bacardi e outros herois da revolução. Fomos a seguir á Basílica de Cobre, uns 20km fora da cidade. Aí já passamos o equivalente a um controle de fronteira que foi sempre a andar porque os guias davam uns pesos á policia de vez em quando. A Basicila foi visitad pelo Papa JP II e a virgem tinha uma coroa dada por ele. Num morro ao lado, tinha um santuário Orixá, dos cultos vindos das Áfricas, mais popluar ainda que a religião católica. De referir que Cuba, ao contrário do que se poderia esperar nunca foi demasiado repressiva dos culltos religiosos, e desde os anos 90 que a liberdade neste campo é quase total. Existem igrejas católicas e ortodoxas e sinagogas em Havana. Notámos nesta zona um povo menos alegre em mais agressivo, talvez por não poder vender em Santiago e pelo turismo esta fraco.
Fomos de seguido ao castelo do morro, impressionante fortaleza na montanha, e onde vimos referência ao pirata holandês Roc, incorrectamente designado de brasileiro. Uma das curadoras do museu, em conversa escondida pediu-nos sabão e óleo de cozinha!!!
Voltamos ao hotel e começoua chover copiasomante, passámos o resto da tarde no hotel a ver os esquemas de ataque dos turistas solo com as meninas. A recepção do hotel metia água através do tecto envidraçado, mas isso resolveu-se com umas vedações “Wet floor”.
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