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Showing posts from April, 2009

Casas de Bilionários

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Quem viu o " Slum Dog Millionaire " / " Quem quer ser milionário " ? O bairro onde se vê a pobreza no inicio é o "Vila Parle", á volta da cabeceira da pista 09 em BOM. Tirei esta foto da janela do MD-11 em taxi mesmo antes de entrar na pista: Do outro lado também há: As zonas a cinzento são bairros:

Hero Honda

Hero Honda As campanhas da Honda merecem um post só por si. Num país de monopólios em relação a automóveis, as motas não são excepção. Aqui só há 2 modelos de motas: 1 de aceleras e outro de motas 150cc. Não contando com os moto-riquexós, também modelo único. Estas últimas são as “Hero Honda”, uma parceria entre um fabricante local e a Honda. Algo que dá a escolha para o cliente tipo os Trabant na RDA. As motas vendem-se bem não só na juventude, mas como transporte mais barato que carros e eficaz contra trânsito infernal. Cheguei a ver 4 pessoas, família inteira, montados em linha numa Hero Honda . Estas HH são modestas em relação aos modelos 250, 500, 750cc e por ai acima. Na TV os anúncios mais frequentes são os da HH, além dos cremes branqueadores. Há 3 anúncios da HH, mas o predominante é uma peça de arte. Começa com um Eurocopter Dolphin a larger uma HH para cima de um prédio. Depois aparece uma vedeta Bollywood qualquer a fazer umas poses tipo grande maluco da Estrada. A seguir v

O caminho percorrido desde o fim do colonialismo

Um grande líder da História foi o Mohandas Karamchand Ghandi, sem dúvida. Rebentou o modelo de exploração colonialista inglês, de retirar matérias primas, vender produtos made in England para extorquir o capital gerado pela Índia e de se aproveitar da ignorância e pobreza local. O método, inovador, de não alinhamento e não-cooperação tornou impossível qualquer resposta pela força ao mesmo tempo que tirava a autoridade gerada pelo estrangular económico. Aliás o estrangular foi da parte dos indianos, e numa altura em que a Inlaterra estava concentrada na WWII, foi o golpe final em todo o Império Britânico, momento ao qual os Indianos estavam bem atentos, com a despedia de Lord Mountbatten em 1948 a marcar o fim da dominação por uma potência estrangeira. A mesma fórmula que garantiu a independência já não foi tão eficaz no pós-colonialismo, com a filosofia do Gandhi a ser o atraso geral do Pais. Assentava num remover de ambições humanas (os 7 pecados mortais) de felicidade alcançada com

Pluralismo religioso na India

Escrevo apenas sobre o que vi e não no que é a realidade global da nação. A religião hindu predomina, com vários templos de tamanhos diferentes. Em Mumbai entrámos num da (seita?) Jainin. Creio que poder ser vista como o ramo ortodoxo da religião hindu. São vegetarianos radicais (origem dos vegan) ao ponto de não usarem nada de cabedal, não comerem queijo, nem bebem leite (os hindus consideram o leite de vaca uma dádiva dos Deuses), nem comem vegetais que crescem debaixo do solo, entre uma série de excentricidades. No templo que fomos na colina de Malabar, fomos obrigados a tirar os sapatos antes de ir ao interior. Estava com medo que me gamassem os meus, injustificada, dado que sou muito mais alto que qualquer indiano que vi. Os templos estão muito orientados a Shiva com cabeças de elefante por em pinturas e estátuas. O espaço de oração é minúsculo e creio que aquilo não funciona para vindas em massas de fiéis. Nesse havia uma cantina grátis para jainins que serviam apenas arroz com u

A India e o desporto

Aqui é o Cricket e mais nada. É um dos melhores praticantes do mundo com montes de putos a treinar em campos pelos parques e escolas. A Pepsi aposta muito em campanhas onde figuram as maiores estrelas. A Hero-Honda tem um anúncio de motas que parece um vídeo de boys-band, e que aparece um dos actores a fazer um lançamento. Em Goa vimos um clube filial local do Sporting, que participa num campeonato indiano. Contudo o futebol não tem cá expressão mediática apesar de toda a gente saber que o Cristiano Ronaldo joga no MUtd. É frequente ver campos de basket e futebol, mas os putos jogam é cricket. Existe uma liga nacional com regras diferentes dos torneios internacionais que levam dias e dias. Esta versão consegue assegurar umas poucas horas e as equipas têm equipamentos coloridos como noutros desportos de clubes. Os bilhetes são caros, rondam os 50 euros. Vi um bocado de um jogo na TV e não percebo como é que da bancada se percebe alguma coisa. Além das bolas atiradas irem com uma grande

Toponímia Indiana

Muitas ruas, negócios e monumentos continuam a ter nomes ingleses ou portugueses e a serem chamados assim mesmo que possam ter alternativos em hindu (como Crawford Market em Mumbai, cidade Vasco da Gama em Goa, etc). As grandes cidades é que sofreram uma razia que ainda baralha muito estrangeiro. Bombay -> Mumbai Bangalore -> Bangaloroo Calcutá -> Kalkota New Delhi -> Delhi Madrasta(Madras) -> Chennai. Benares -> Varanasi Enfim, cada País é mais que soberano para tomar decisões sobre o que chamar ao seu território.

Modelos de negócio local

A índia parece ser uma terra de grande empreendorismo comercial, mas sem grande visão, organização ou ambição. Os indianos estão sempre a tentar vendar alguma coisa, e a quantidade de lojitas é impressionante. A maior parte tem 20m2, máximo, seja de venda de tlms, um bar, de reparação de carros, de pneus, de mobília, de mármore, artesanato, minimercado, loja de roupa etc. Muitas delas são representantes de grandes marcas como a Vodafone e a DHL. Tudo muito mexido e com vendedores cheios de entusiasmo e boa disposição. Alguns negócios são muito populares como os “stationary and Xerox” ou vendem matéria de escritório e fazem fotocópias. Papel parece ser caro aqui, porque quando nos dão uma indicação escrita, rasgam sempre um papelito minúsculo para rabiscar alguma coisa. Telemóveis abundam, toda a gente parece ter um e há várias operadores (Tata, Airnet, Loop e Vodafone) com muitas lojas e forte campanha de marketing. A rede parece ser boa em geral. O tema dos call-centres de Bangaloroo

Matérias primas para consumo na India

Parece haver um enorme défice de matérias primas por cá. Vidro era um grande problema (apesar de areia abundar), carne é escassa, madeira é caríssima (cremar alguém é uma despesa alta), outras coisas como pedras para construção são pouco frequentes. Creio que grande parte do problema terá a ver com o transporte. Não havendo estradas decentes, com camiões pequenos e arcaicos (Tata) que consomem muito e levam pouco, não se pode dizer que este País goze de uma rede logística Just-in-time. A mão de obra é que resolve tudo. O açúcar é raro, e ter diabetes é motivo de orgulho, porque indicia o paciente ser oriundo de classe alta. Parece impossível dada a quantidade de cana de açúcar que se vê cá em Goa. Mesmo plásticos parecem escassos. As tintas com que pintam as casas também não parecem ser de grande qualidade.

Mulheres indianas

Parecem gozar de pouca autonomia apesar de não terem um ar oprimido. No atendimento a turistas, taxis é só homens. Vemos as mulheres a andar pela rua sozinhas e até a conduzir, e por norma não há demonstrações de afecto entre casais. O guia em Mumbai mostrou-nos uma zona recatada onde os casalinhos se vão namoricar, Vimos muitos taxis a parar lá para espreitar, parece ser uma atração turística. Um gajo que tenha uma motinha está safo com as miúdas cá. Tipicamente andam mais ou menos cobertas, com um sari com cores garridas, ou com calças com “kurta” (tipo uma camisa larga com motivos indianos). Algumas usam calças ocidentais e camisas a condizer. Mas tops, minissaias, saltos altos, e coisas mais ousadas nem ver (na rua). A TV mostra um mundo que simplesmente não corresponde á realidade. As vedetas da TV, sejam apresentadoras, cantoras, actrizes ou modelos são algo irreal. Têm todas cara branquinha, pernas e braços também. Usam roupas á moda ocidental, inclusive fatos de banho (uma das

Máquinas e utensílios de metal

Aqui não se vêem praticamente máquinas que não sejam motas ou carros para transporte. Martelos pneumáticos, gruas, pequenas betoneiras, máquinas agrícolas ou outros meios de melhorar actividades de construção ou produção. Obras em Mumbai para abrir vala para passar cabos? Tudo escavado á mão por putos e mulheres, numa clara exploração de trabalho infantil. Sem picaretas ou pás!!! Parecem faltar objectos simples cuja solução é sempre meter mais mão de obra. Recolha de lixo? 2 ou 3 a varrer com vassouras mirradas, e uma mulher com dois bocados de cartão a juntar o lixo do montinho para mandar para o caixote (fica metade lá). Apesar de maquinaria ser um bem caro, é interessante a quantidade de cartazes publicitários de estrada que são montados em cima de camiões. Fica parado num sítio estratégico o dia todo, com o condutor lá dentro. Vi em Goa uma caixa ATM ambulante, montada numa carrinha!!! Será falta de ferro ou aço? Nas feiras deles há montes de bugugangas de metal, mas facas e utensí

Luxo em Mumbai

Dizem haver mais milionários em Mumbai que em NY. Ninguém diria, andando por lá. Apesar de a Tata deter a Jaguar não vi um único que fosse a circular, nem RR, Bentley, BMW acima da série 5. Passamos nas zonas mais ricas e a diferença era a existência de vivendas. Ao subir a colina de Mabarata, indicaram-nos a casa do sr Mittal, um dos mais ricos do mundo, detentor da Mittal Steel, que produz 10% do aço mundial. Era uma vivenda com 3 ou 4 pisos com cerca de 15 metros de largura de fachada. Seguranças á porta, mas isso até uma lojeca e roupa ou mesmo uma caixa ATM tem. A familia Tata, parsis (Zoroastras) oriundos do actual Irão, é um dos maiores colossos destes Páis. Tata telecom, Jaguar, carros, camiões e autocarros Tata, e muito mais. Vimos a casa de familia dentro da cidade, e por fora, vulgaríssima. Vê-se lojas de marcas ocidentais, Tommy Hilfiger, Benetton, Wrangler, mas em estabelecimentos dignos de um bar de praia. Apontaram-nos um centro comercial “grande” no centro de Mumbai, di

Politica em tempo de eleições

É evidente, sem surpresa, que o Paquistão é odiado de morte aqui. A TV e os jornais estão constantemente a especular sobre o desmoronar do “Pak”, como lhe chamam. Os hindus com que falámos mostraram algum desprezo ao mencionar os muçulmanos. Estes parecem viver nas zonas mais pobres. O assunto do massacre dos Sikhs dentro do Templo sagrado em Amritsar em 1984 continua bem vivo. Mesmo depois da vingança com o assassínio de Indira Gandhi, e do 747 da Air India destruído por cima do Atlântico, os ânimos permanecem exaltados do lado dos Sikhs. Neste momento está em marcha a contagem final para as eleições legislativas. Um ministro chamado Tytler, com quota de responsabilidade no evento de 84, foi nomeado para um cargo politico de relevo, e foi atingido por um sapato numa conferência de imprensa (nota: demitiu-se 2 dias depois). No dia em que chegámos houve uma série de atentados terroristas, embora de pouca dimensão. Foram quase todos em Assam, no apêndice entre o Bangladesh, Butão, Nepal

O contacto com o povo indiano

Gosto bastante deles. São muito comunicativos e bem dispostos, um pouco na onda dos brasileiros. Podem até parecer intrusivos pois metem sempre conversa sobre tudo e mais alguma coisa, começando a perguntar de onde somos, quanto tempo ficamos e outras questões que á partida parecem profiling para rip-off. Falam bem inglês, em termos lexicais e sintácticos, apesar de termos dificuldade em perceber o sotaque, tal como eles têm dificuldade em entender mesmo com um sotaque a rondar o british. São sempre “yes” a tudo, mesmo que não tenham atingido patavina do que queríamos dizer. 90% dos letreiros de lojas, sinais de trânsito e anúncios publicitários estão em inglês (não só alfabeto ocidental, língua de sua majestade propriamente dita). Os caracteres hindus pouco se vêem e vimos indianos a tirarem notas em cadernos, com alfabeto ocidental. Note-se que apesar de Mumbai ser referida como uma cidade cosmopolita e de negócios, combinada com plataforma logística marítima, isso não se nota na rua

Taxis únicos

Os taxis são a preço da chuva. Arranjámos um taxi que por 600 rupias (10 euros) nos andou a levar daqui para ali durante 4 horas. Como não tinha A/C tivemos violentos assédios de pedintes e vendedores através da janela. Desde miudas a cantar "Jingle Bells", deficientes (alguns apenas actores/contorcionistas) a putos a tentar vender-nos a Vogue. A frota de taxis é composta quase por um único modelo. É um curioso Fiat 1000 de 4vels. Caixa manual ao volante, taxímetro no exterior da cabine. Este taxímetro é para pouco usar. Negocia-se por destino/tempo/kms e é o melhor. Abre-se o capot para encher o depósito, Fabricaram-se sem alterações dentre 1968 e 1998, e neste momento o governo promulgou lei a proibir circulação de taxis com mais de 15 anos (com a corrupção que há aqui de taxis falso, isto vai ser menos eficaz a implementar). Como em Portugal, uma imagem religiosa em cima do painel de instrumentos, é frequente.

Na estrada

O choque mais forte foi mesmo o trânsito. Por norma não vale a pena alugar um carro. Não há estacionamento em lado nenhum, é impossível conduzir aqui. As ruas são mais ou menos largas com quase todas as avenidas com 2 filas para cada lado. Mas o trânsito é muito intenso, grande parte taxis e riquexós (motas 3 rodas com cabine). É tudo ao buzinão, não há cá qualquer tipo de regra de prioridade e os semáforos são escassos. Um carro mais facilmente anda sem uma roda que sem buzina. Nas avenidas em que não há divisória central o caos assume proporções alragadas. Aí de 4 filas, 3 podem ser de repente para um sentido, como pode voltar a 2 paracada sentido. É como calha. O trânsito flui devagar porque os condutores pouco aceleram mesmo com espaço. As ruas estão cheias de buracos e os carros todos lixados. Alugamos um pequeno Tata Indigo de 5p com A/C durante um dia. Em chão, mesmo pouco acidentado, a partir dos 50Km/h a parte de trás andava aos saltos. Fiquei na dúvida se sequer existia amort

Chegada a Mumbai

Tinha uma ideia um bocado premeditada do que iria encontrar em Mumbai. Esperava algo bastante ocidentalizado, como Shanghai, que me surpreendeu logo ao aterrar. Mumbai é o centro de negócios da India, a NY, com a sede da Air India e Tata. É um grande porto maritimo asiático e certamente que num país desta dimensão teria de ser algo impressionante. Á luz dos inúmeros contrastes esperados, imaginava arranha-ceus imaculados junto a barracas. Rolls Royces sumptuosos com estrelas de Bollywood e familia Mittal flanqueados por riquexós. Sabia que por um lado existiam os conboios a largar das estações com populção em cima, como por outro lado frotas novissimas de Airbuses e Boeings ligam a India tanto por dentro como para todo o mundo. Aterramos numa pista 27, em diração ao mar, após um sobrevoo da cidade. Enorme com os seus 16 milhões de habitantes, luzes a perder a conta. Tocamos no chão e começo rapidamente a receber o "alarme". Tinha ouvido dizer que era um aeroporto moderno, m