A morte do Capitão América
Em Portugal as BDs da Marvel nunca tiveram tanto sucesso na TV como as da DC. Nas bancas, o Capitão América, os Herois da TV e o Homem Aranha dominavam. Particularmente gostava mais do Capitão América nos anos 80. Todos os meses o dia em que comprava a revistinha da Morumbi/Abril era uma daquelas alegrias inesquecíveis. Comprei todos os números do 72 ao 100, altura em que aquilo se degradou. O fim, as lutas com o seu nemesis da WWII, caveira Vermelha ficou para sempre guardado na minha memória da juventude. O CA era diferente de todos os herois. Era um optimista por natureza, que acreditava na Pátria, que vivia uma vida normal mas sempre acreditando num futuro melhor e no sonho americano. Vestia a bandeira americana e defendia sempre a justiça mesmo perante os maiores criminosos imerecedores de tal.
Estive sem ler nada dele até ao mês passado, em que entrei numa loja de comics em Andorra e um vendedor com lábia me impingiu um livro recente dele passado no pós 9/11. O grafismo progrediu imenso, e o Capitão não mudou nada mas os tempos sim. Vai para o meio dos escombros á procura de sobreviventes e começa a aperceber-se de trafulhices e encubrimentos do seu governo. Exprime a sua decepção e desilusão num País pelo qual lutou desde a WWII.
Hoje vi um filme com o Will Smith, "Em busca da Felicidade", em que um pai faz tudo pela vida com o seu filho que leva um Capitão América na mão. O puto deixa-o cair numa altura em que têm de ir a correr para uma abrigo para pobres.
Há poucos dias saiu morte do CA nas revistas. Foi morto á saída do tribunal após se ter recusado a prescindir da sua liberdade devido a algo semelhante ao Patriot Act (restrição de liberdade individual para fazer face ao terrorismo). Após 66 anos de actividade na imaginação dos autores e daqueles entusiastas que compravam e devoravam as revistas, acaba aqui o personagem. Golpes de marketing por falta de imaginação, como a morte do Superhomem não são inéditos, mas desta vez creio que há aqui uma mensagem adicional.
Hoje acho que o capitão América e o sonho Americano estão mortos. Quando era puto admirava o Ronald Reagan, os carros americanos e achava o Khadafi e o Saddam uns bandidos, tal como a URSS.
Hoje em dia repugnam-me as armas de destruição massiça, os Arbustos rasteirinhos e a War on Terror. O Katrina e o rapaz sem pernas que vi a correr (com próteses) ao lado do Bush mostrou como o sonho americano está falecido e bem enterrado.
R-I-P Steve Rogers, a.k.a. Capitão América, não há lugar para ti na tua Pátria.
Estive sem ler nada dele até ao mês passado, em que entrei numa loja de comics em Andorra e um vendedor com lábia me impingiu um livro recente dele passado no pós 9/11. O grafismo progrediu imenso, e o Capitão não mudou nada mas os tempos sim. Vai para o meio dos escombros á procura de sobreviventes e começa a aperceber-se de trafulhices e encubrimentos do seu governo. Exprime a sua decepção e desilusão num País pelo qual lutou desde a WWII.
Hoje vi um filme com o Will Smith, "Em busca da Felicidade", em que um pai faz tudo pela vida com o seu filho que leva um Capitão América na mão. O puto deixa-o cair numa altura em que têm de ir a correr para uma abrigo para pobres.
Há poucos dias saiu morte do CA nas revistas. Foi morto á saída do tribunal após se ter recusado a prescindir da sua liberdade devido a algo semelhante ao Patriot Act (restrição de liberdade individual para fazer face ao terrorismo). Após 66 anos de actividade na imaginação dos autores e daqueles entusiastas que compravam e devoravam as revistas, acaba aqui o personagem. Golpes de marketing por falta de imaginação, como a morte do Superhomem não são inéditos, mas desta vez creio que há aqui uma mensagem adicional.
Hoje acho que o capitão América e o sonho Americano estão mortos. Quando era puto admirava o Ronald Reagan, os carros americanos e achava o Khadafi e o Saddam uns bandidos, tal como a URSS.
Hoje em dia repugnam-me as armas de destruição massiça, os Arbustos rasteirinhos e a War on Terror. O Katrina e o rapaz sem pernas que vi a correr (com próteses) ao lado do Bush mostrou como o sonho americano está falecido e bem enterrado.
R-I-P Steve Rogers, a.k.a. Capitão América, não há lugar para ti na tua Pátria.
Comments