Eurobasket - Portugal x Espanha
Ontem Portugal jogou pela primeira vez em 56 anos numa competição internacional de basket.
Numa Europa onde TODO o bloco de leste é exímio nesta modalidade, e onde se juntam metade da EU como Itália, França, Alemanha, Espanha, Grécia á cabeça é um meio muito competitivo.
O MVP da NBA é Alemão (Nowitzki), a priemira escolha do draft NBA de
2006 foi italiana (Bargnani), o base titular campeão NBA e marido de Eva Longoria é francês (Parker) . Os 2 bases titulares dos Bulls (duhon e
gordon) são ingleses e companheiros de um Suíço (Tabo shefolosha).
Ontem jogávamos contra a Espanha. Derrota era certa e malha garantida. A Espanha tem uma das melhores ligas da Europa, e a selecção sempre foi razoável embora com poucos resultados. Isso até ao último mundial sub21 de 1999, cá em Portugal onde Gasol, Navarro e cia formaram a selecção de ouro que bateu na final os USA (equipa fraquinha com Keyon Dooling) no nosso pavilhão atlântico (Portugal perdeu os jogos todos inclusive com o Japão). Essa geração viria no ano passado a ganhar o mundial frente á Grécia, com Lebron James, Wade, Melo e os demais ExDream-Teamers num "distante" 3º.
Hoje em dia Pau Gasol é all-star na NBA, e o seu irmão Marc vai juntar-se-lhe para o ano, seguramente. Pau terá como companheiro de equipa Navarro, estrela do Barcelona e seu colega de 99. Um 2º base fenomenal que ao fim de um ano ou dois será um jogador de eleição por terras do Tio Sam. Nos Blazers está o base Sergio Rodriguez, um bocado maluco, mas uma aposta dos do Oregon. Nos Raptors estão o base Calderón e a estrela espanhola, Jorge Garbajosa. Este último é o consumado jogador de equipa, e um dos mais inteligentes que há por ai. Defende bem, lança bem, nunca perde a bola e é o jogador que mais afecto gera da assistência.
Indo ao jogo, era muito dificil para Portugal jogar contra o campeão mundial, ainda para mais na casa deste. O pavilhão de Sevilha (uma grande cidade do basket) esteve com casa cheia, vendida e quase tapada. Havia um jogo de qualificação do FC Sevilha para a champions League no mesmo dia, que tinha sido adiado pela morte do jogador Puerta, mas nem isso afastou o público.
Começamos bem, agressivamente até os últimos minutos do primeiro período onde comemos 10 pontos quase sem resposta. De um 11-11 ficou-se num 23-13. O inicio do segundo período com 5 faltas marcadas no primeiro minuto contra nós, passaram a dar 2 pontos a Espanha sempre que tocávamos em alguém.
A partir dai a timidez dos nossos jogadores e a defesa com pressão antes do meio campo e com zona matou-nos.
Eles sabem que não temos bons lançadores, quero dizer, que lancem consistemente sem muito tempo de preparação e que matem uma zona. O único lançador puro que temos "agarrar e lançar" é Paulo Simão. Os outros todos metem o seu triplo, mas quando recebem a bola alinhados com o cesto e atiram com tempo para preparar o lançamento. Comprar com os triplos de Rudy Fernandez, por exemplo. O Betinho já o vi fazer triplos com oposição, mas neste jogo nada.
Chegamos a estar dobrados no marcador 26-52 mas a diferença nunca mais teve expansão porque Portugal nunca deixou de defender e a Espanha baixou os braços no ataque. As forçadas tentativas de alley oop entre SergioR e Rudy foram um exemplo da desconcentração espanhola que permitiu o 80-56.
Achei que defendemos bem o encontro todo. É impossível defender melhor os manos Gasol com a altura que temos. O Elvis até usou bem o seu físico para os afastar do cesto, não creio que as outras selecções façam melhor (basta imaginar o F Weiss na França). Não demos demasiadas facilidades ao resto da equipa espanhola e nunca baixamos os braços. O pior e a chave da derrota foi mesmo no ataque.
A quantidade enorme de turnovers é gritante. Bolas passadas sem ver á pressão directamente para o adversário foram a causa principal. Movimentamos a bola lentamente sem criar espaços e quando os 24s estavam no fim ninguém foi capaz de atacar o cesto. Com a pressão a meio campo, havia que aproveitar o buraco na defesa espanhola mas os passes saiam lentos e ficávamos frente a uma zona com 14 segundos para atacar.
Nunca fomos agressivamente para o cesto, dai que tenhamos atirado meia dúzia de lances livre. O Miguel Miranda tentou mas não lhe sai bem, porque é alto, lento e tem dificuldade no drible (especialmenet com a mão esquerda).
O Betinho é atlético e alto o suficiente para ter entrado pelo garrafão adentro e ter afundado na tromba dos Gasois, tem de ser mais agressivo e pedir a bola. Só assim pode aspirar a jogar na NBA. Com as suas capacidades tem de marcar 12-15 pts por jogo.
O João Santos, jogador da ACB esteve mais sóbrio e eficaz.
O Sérgio Ramos foi uma grande decepção, com o seu CV por aquelas terras, só as lesões podem justificar o seu apagado esforço.
O Francisco Jordão foi o de maior nota negativa. Fugiu do cesto e não ajudou em nada com o lançamento.
O Paulo Cunha, atlético e com garra a ir para o cesto, esteve bem. Creio que deveria ser titular também.
O Miguel Minhava é fraco na minha opinião. Lento demais para ser um base a este nível. Abafado nas pressões, incapaz de arranjar espaço para ele e para os outros e ineficaz a entrar paar o cesto.
Elvis Évora - Bom a ocupar espaço e nos ressaltos. Tem de ser mais envolvido no ataque mas é preciso ter cuidado com os passes que se lhe dá, tem mãos pouco ágeis.
Jorge Coelho - o melhor em atitude, a mostrar os dentes. Tem de ser titular
Miguel Miranda - lutador com atitude, mas sem arte, especialmente a entrar para o cesto.
O Filipe da Silva mostrou a sua garra, defendeu bem, mas também não conseguiu dinamizar o jogo colectivo.
Creio que não é por ter vindo o Nuno Marçal, Carlos Andrade ou António Pires que este resultado de produz. São anos e anos de formação comuns a todos que não se corrigem num dia só. Uns jogam na nossa quase defunta LCB outros na ACB e na NBA.
Espero que neste pouco tempo entre o jogo de ontem e o de logo á noite frente á Croácia Melnychuk tenha sido capaz de mudar o 5 e de incutir moral e novas formas de atacar o cesto.
Propunha que jogassem:
Filipe da Silva
João Santos
Paulo Cunha (ou Betinho)
Jorge Coelho
Elvis Évora
Força Portugal.
Numa Europa onde TODO o bloco de leste é exímio nesta modalidade, e onde se juntam metade da EU como Itália, França, Alemanha, Espanha, Grécia á cabeça é um meio muito competitivo.
O MVP da NBA é Alemão (Nowitzki), a priemira escolha do draft NBA de
2006 foi italiana (Bargnani), o base titular campeão NBA e marido de Eva Longoria é francês (Parker) . Os 2 bases titulares dos Bulls (duhon e
gordon) são ingleses e companheiros de um Suíço (Tabo shefolosha).
Ontem jogávamos contra a Espanha. Derrota era certa e malha garantida. A Espanha tem uma das melhores ligas da Europa, e a selecção sempre foi razoável embora com poucos resultados. Isso até ao último mundial sub21 de 1999, cá em Portugal onde Gasol, Navarro e cia formaram a selecção de ouro que bateu na final os USA (equipa fraquinha com Keyon Dooling) no nosso pavilhão atlântico (Portugal perdeu os jogos todos inclusive com o Japão). Essa geração viria no ano passado a ganhar o mundial frente á Grécia, com Lebron James, Wade, Melo e os demais ExDream-Teamers num "distante" 3º.
Hoje em dia Pau Gasol é all-star na NBA, e o seu irmão Marc vai juntar-se-lhe para o ano, seguramente. Pau terá como companheiro de equipa Navarro, estrela do Barcelona e seu colega de 99. Um 2º base fenomenal que ao fim de um ano ou dois será um jogador de eleição por terras do Tio Sam. Nos Blazers está o base Sergio Rodriguez, um bocado maluco, mas uma aposta dos do Oregon. Nos Raptors estão o base Calderón e a estrela espanhola, Jorge Garbajosa. Este último é o consumado jogador de equipa, e um dos mais inteligentes que há por ai. Defende bem, lança bem, nunca perde a bola e é o jogador que mais afecto gera da assistência.
Indo ao jogo, era muito dificil para Portugal jogar contra o campeão mundial, ainda para mais na casa deste. O pavilhão de Sevilha (uma grande cidade do basket) esteve com casa cheia, vendida e quase tapada. Havia um jogo de qualificação do FC Sevilha para a champions League no mesmo dia, que tinha sido adiado pela morte do jogador Puerta, mas nem isso afastou o público.
Começamos bem, agressivamente até os últimos minutos do primeiro período onde comemos 10 pontos quase sem resposta. De um 11-11 ficou-se num 23-13. O inicio do segundo período com 5 faltas marcadas no primeiro minuto contra nós, passaram a dar 2 pontos a Espanha sempre que tocávamos em alguém.
A partir dai a timidez dos nossos jogadores e a defesa com pressão antes do meio campo e com zona matou-nos.
Eles sabem que não temos bons lançadores, quero dizer, que lancem consistemente sem muito tempo de preparação e que matem uma zona. O único lançador puro que temos "agarrar e lançar" é Paulo Simão. Os outros todos metem o seu triplo, mas quando recebem a bola alinhados com o cesto e atiram com tempo para preparar o lançamento. Comprar com os triplos de Rudy Fernandez, por exemplo. O Betinho já o vi fazer triplos com oposição, mas neste jogo nada.
Chegamos a estar dobrados no marcador 26-52 mas a diferença nunca mais teve expansão porque Portugal nunca deixou de defender e a Espanha baixou os braços no ataque. As forçadas tentativas de alley oop entre SergioR e Rudy foram um exemplo da desconcentração espanhola que permitiu o 80-56.
Achei que defendemos bem o encontro todo. É impossível defender melhor os manos Gasol com a altura que temos. O Elvis até usou bem o seu físico para os afastar do cesto, não creio que as outras selecções façam melhor (basta imaginar o F Weiss na França). Não demos demasiadas facilidades ao resto da equipa espanhola e nunca baixamos os braços. O pior e a chave da derrota foi mesmo no ataque.
A quantidade enorme de turnovers é gritante. Bolas passadas sem ver á pressão directamente para o adversário foram a causa principal. Movimentamos a bola lentamente sem criar espaços e quando os 24s estavam no fim ninguém foi capaz de atacar o cesto. Com a pressão a meio campo, havia que aproveitar o buraco na defesa espanhola mas os passes saiam lentos e ficávamos frente a uma zona com 14 segundos para atacar.
Nunca fomos agressivamente para o cesto, dai que tenhamos atirado meia dúzia de lances livre. O Miguel Miranda tentou mas não lhe sai bem, porque é alto, lento e tem dificuldade no drible (especialmenet com a mão esquerda).
O Betinho é atlético e alto o suficiente para ter entrado pelo garrafão adentro e ter afundado na tromba dos Gasois, tem de ser mais agressivo e pedir a bola. Só assim pode aspirar a jogar na NBA. Com as suas capacidades tem de marcar 12-15 pts por jogo.
O João Santos, jogador da ACB esteve mais sóbrio e eficaz.
O Sérgio Ramos foi uma grande decepção, com o seu CV por aquelas terras, só as lesões podem justificar o seu apagado esforço.
O Francisco Jordão foi o de maior nota negativa. Fugiu do cesto e não ajudou em nada com o lançamento.
O Paulo Cunha, atlético e com garra a ir para o cesto, esteve bem. Creio que deveria ser titular também.
O Miguel Minhava é fraco na minha opinião. Lento demais para ser um base a este nível. Abafado nas pressões, incapaz de arranjar espaço para ele e para os outros e ineficaz a entrar paar o cesto.
Elvis Évora - Bom a ocupar espaço e nos ressaltos. Tem de ser mais envolvido no ataque mas é preciso ter cuidado com os passes que se lhe dá, tem mãos pouco ágeis.
Jorge Coelho - o melhor em atitude, a mostrar os dentes. Tem de ser titular
Miguel Miranda - lutador com atitude, mas sem arte, especialmente a entrar para o cesto.
O Filipe da Silva mostrou a sua garra, defendeu bem, mas também não conseguiu dinamizar o jogo colectivo.
Creio que não é por ter vindo o Nuno Marçal, Carlos Andrade ou António Pires que este resultado de produz. São anos e anos de formação comuns a todos que não se corrigem num dia só. Uns jogam na nossa quase defunta LCB outros na ACB e na NBA.
Espero que neste pouco tempo entre o jogo de ontem e o de logo á noite frente á Croácia Melnychuk tenha sido capaz de mudar o 5 e de incutir moral e novas formas de atacar o cesto.
Propunha que jogassem:
Filipe da Silva
João Santos
Paulo Cunha (ou Betinho)
Jorge Coelho
Elvis Évora
Força Portugal.
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