Resumo de uma volta de pista
Para os experts de aviação, ignorar este post.
Para os que, como eu, desconheciam os procedimentos da aviação eis uma visão geral do que é dar uma volta pelo Aeroódromo de Tires (Cascais), junto ao autódromo do Estoril.
Para os que, como eu, desconheciam os procedimentos da aviação eis uma visão geral do que é dar uma volta pelo Aeroódromo de Tires (Cascais), junto ao autódromo do Estoril.
Passamos ao momento depois de check-list todos e de estar á espera de ter autorização para entrar na pista e subsequente descolagem. Esta sera para norte na direção da serra de Sintra.
Eu: "Cascais, CS-DDJ holding point runway 35, ready for departure"
Torre: "'Delta Juliet', behind traffic on final, line up and wait"
Espero que passe um avião que está a aterrar, e meto-me na pista e travo.
Enquanto o controlador não me chama para autorizar a descolar, aproveito para ligar luz de aterragem (e de descolagem), certificar-me do ar frio no carburador e flaps a 10º.
Torre: "DJ cleared for take-off runway 35"
Pés nos pedais sem tocar nos travões, vou dando potência devagar e espero que o avião comece a andar enquanto o mantenho alinhado com o eixo da pista, e verifico se o velocímetro mexe (se não andar o ponteiro não vamos a lado nenhum).
Se tudo OK, puxo o manche aos 55 nós para levantar a roda do nariz. Aos 60 o trem principal sai. Depois posso dar um pouco a mão (baixar nariz) só para ganhar mais velocidade e toca a subir a 70 nós.
Aos 600 pés de altitude luzes de aterragem off e flaps em cima, e nariz um nadita em baixo para compensar o movimento de nose down dos flaps.
Aos 700 volto devagar a 90 graus pela esqueda (crosswind), na perpendicular da pista, sempre a subir para os 1000 pés.
Ganhando um pouco de distância á pista, viro á esquerda para fazer o vento de cauda (downwind), a paralela á pista rumo ao Atlântico. Entretanto chego aos 1000 pés, baixo o nariz e tiro um pouco de motor. Compenso o avião para o nariz ficar 1 palmo á baixo do horizonte. Contacto o ATC e peço um "tocar a andar":
"cascais, CDJ, left downwind for touch and go"
"DJ number 4, number 3 ahead, extend downwin I'll call you back".
Somos 4 no circuito, mandam-me continuar em frente até me chamarem.
Ao passar a pista preparo a aterragem. Luzes on, ar quente no carburador, reduzo 300 rotações, ponho uma atitude mais positiva compensado com nariz em cima e meto 10º flaps quando velocímetro no arco branco (só se podem meter flaps a velocidades mais baixas). Ajusto potência para manter os 1000 pés a 70 nós.
ATC: CDJ, number 2 , number 1 on final, Turn base.
Sou o segundo e o primeiro está já na final, mandam-me virar para a perna base, perpendicular á pista. Aponto um pouco antes das portagens de Carcavelos, tiro o motor para começarmos a descer, mas sempre com os 70 nós.
Está vento cruzado da direita, por isso volto para a pista a compensar o desvio. Nesta altura estou a cerca de 800 pés com a pista á frente.
EU: "Cascais, CDJ on final"
Enquanto faço a comunicação meto 20º de flapsa e compenso-o para manter os 70 nós, enquanto tiro mais um pouco de potência
Torre: "DJ cleared touch and go, wind 0-3-0 1-3 knots"
Portanto vento da direita, com uma componete de lateral de 5 nós.
Continuo a descer, com nariz apontado ligeiramente antes do piano (marca de tocar, tipo passadeira), sempre a manter os 70 nós.
Ou melhor o nariz estaria apontado para ali se não houvesse vento. Para compensar o efeito de afastamento em relação ao eixo da pista, com leme meto o nariz para a direita de modo que quase vejo a pista pela janela lateral.
Ao passar o inicio do asfalto, tiro totalmente o motor (idle - o mesmo que ponto morto) e vou deixando o avião ir, já mais perto do chão puxo o manche um pouco e deixo-o voar paralelamente á pista a metro e meio, 2 metros. Depois puxo mais, mais até ele tocar com o trem principal no chão, deixando-o ir a fazer "o cavalinho" uns 2 ou 3 segundos. Depois deixo a roda do nariz tocar. Como é tocar e andar, em vez de travar, é ar frio, flaps a 10 e full throttle e descolar novamente.
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