Minha terceira visita á Polónia
Esta é a terceira vez que viajo a Varsóvia após o Verão de 2001 e Outono de 2005.
O progresso visual tem sido lento, as vias de comunicação pouco evoluiram e o trãnsito é um inferno.
O poder de compra é fraco mas os preços são altos nas lojas, em comparação com Portugal. Um francês colega nosso, originalmente de Santander, desistiu de comprar equipamento de neve mais barato. Nos imensos mercados de lojinhas tipo feira existente por baixo da gare principal de comboios e nas tendas ao lado do Palácio da Cultura os negócios faziam-se melhor por causa das marcas serem polacas. Marcas importada são para esquecer.
O povo continua macambúzio, deprimido e humilde para além do aceitável. As mulheres têm um ar muito introvertido, pintam-se pouco e são muito tímidas. Os homens têm ar de quem veio da tropa, vestem-se de maneira desmazelada e são também muito introvertidos e humildes. Parecem sentir medo e vegonha de falar com estrangeiros. Os que falam inglês razoável fazem-nos entredentes e mal se os entende.
O progresso visual tem sido lento, as vias de comunicação pouco evoluiram e o trãnsito é um inferno.
O poder de compra é fraco mas os preços são altos nas lojas, em comparação com Portugal. Um francês colega nosso, originalmente de Santander, desistiu de comprar equipamento de neve mais barato. Nos imensos mercados de lojinhas tipo feira existente por baixo da gare principal de comboios e nas tendas ao lado do Palácio da Cultura os negócios faziam-se melhor por causa das marcas serem polacas. Marcas importada são para esquecer.
O povo continua macambúzio, deprimido e humilde para além do aceitável. As mulheres têm um ar muito introvertido, pintam-se pouco e são muito tímidas. Os homens têm ar de quem veio da tropa, vestem-se de maneira desmazelada e são também muito introvertidos e humildes. Parecem sentir medo e vegonha de falar com estrangeiros. Os que falam inglês razoável fazem-nos entredentes e mal se os entende.
Ninguém fala de peito enchido, nem tem ar arrogante ou valente. Todos parecem ter um semblante carregado. As pessoas são, no entanto, bem educadas e honestas. Ficam todos contentes de dissermos alguma palavra em polaco como obrigado (Dziekuje), bom dia (Dzien dobry), esquerda (lewo) ou direita (prawo). Podem parecer insensíveis e ausentes mas não são. Ficam todos contentes e sentidos quando lhes agradecemos ou mostramos alegria, parecem é ter desconfiança de serem muito expressivos. Pessoas de valor deste País que conhecemos da aviação mostram-se muito pouco vaidosas do seu trabalho apesar de terem um historial fortissimo nesta área. Bastou mostrar interesse e que conheciamos os seus aviões e helis para ficarem todos contentes e entusiasamados.
Para os compreender é necessário recuar até setembro de 1939, quando a Alemanha nazi invadia o País. O exército alemão, apesar de em número semelhante, foi dizimado em pouco tempo devido ao equipamento aéreo e terrestre ser muito inferior em número e em qualidade. A ocupção, com o objectivo de extermínio total dos povos Eslavos da Silésia levou á maior degradação do Páis e as maiores atrocidades da história. Campos de concentração como Aruschitz e Treblinka serviram para exterminar 6 milhões de polacos, judeus de todas as nações ocupadas pelo Eixo, ciganos e outros.
Varsóvia foi a cidade que mais sofreu. Na altura uma das maiores cidades da Europa com cerca de 1.2 milhões de habitantes, foi destruída em 75% e a quase totalidade da sua população judia foi exterminada ao lado, em Treblinka, com câmaras de gás "alimentadas" com monóxido de carbono de camiões. Na prisão de Pawiak foram executados cerca de 40000 soldados, policias e civis polacos. Dos habitantes de Varsóvia 37% eram judeus e foram confinados a um Ghetto que ocupava cerca de 2,5% do território da cidade. Era mais ou menos o centro moderno da cidade actual. Ainda hoje persistem 3 bocados do muro, embora sejam dificies de encontrar como este, situado num patio interior dos prédios do nº55 rua Sienna.
Em 1943 alguns judeus rebelaram-se contra os alemães com armas refundidas e originaram a Revolta Do Ghetto. Em poucos dias foram todos executados, apesar de terem inflingido algumas baixas aos alemães e de terem mostrado a sua fibra.
Para os compreender é necessário recuar até setembro de 1939, quando a Alemanha nazi invadia o País. O exército alemão, apesar de em número semelhante, foi dizimado em pouco tempo devido ao equipamento aéreo e terrestre ser muito inferior em número e em qualidade. A ocupção, com o objectivo de extermínio total dos povos Eslavos da Silésia levou á maior degradação do Páis e as maiores atrocidades da história. Campos de concentração como Aruschitz e Treblinka serviram para exterminar 6 milhões de polacos, judeus de todas as nações ocupadas pelo Eixo, ciganos e outros.
Varsóvia foi a cidade que mais sofreu. Na altura uma das maiores cidades da Europa com cerca de 1.2 milhões de habitantes, foi destruída em 75% e a quase totalidade da sua população judia foi exterminada ao lado, em Treblinka, com câmaras de gás "alimentadas" com monóxido de carbono de camiões. Na prisão de Pawiak foram executados cerca de 40000 soldados, policias e civis polacos. Dos habitantes de Varsóvia 37% eram judeus e foram confinados a um Ghetto que ocupava cerca de 2,5% do território da cidade. Era mais ou menos o centro moderno da cidade actual. Ainda hoje persistem 3 bocados do muro, embora sejam dificies de encontrar como este, situado num patio interior dos prédios do nº55 rua Sienna.
Em 1943 alguns judeus rebelaram-se contra os alemães com armas refundidas e originaram a Revolta Do Ghetto. Em poucos dias foram todos executados, apesar de terem inflingido algumas baixas aos alemães e de terem mostrado a sua fibra.
Um ano mais tarde, em 1944, era a vez dos habitantes de Varsóvia fazerem os mesmo em grande escala ( a Warsaw Uprising) . Durante 63 dias combateram impiedosamente os alemães com armas de fogo artesanais, catapultas de cocktails Molotov e tudo o que puderam. Em número inferior, infligiram baixas pesadas aos alemães que já enfraquecidos pela guerra com a Russia (estava já ás portas da cidade) muito se esforçaram para acabar com a revolta.
Como retaliação os alemães desataram a destruir toda a cidade, habitações e monumetos inclusive. No espetacular filme "o Pianista" podem-se ver soldados nazis com lança-chamas a queimar as casas uma por uma. Ao todo 75% da cidade ardeu ou explodiu. Os ingleses e americanos usam um termo que creio ser mais explicito: "leveled". Quer dizer "nivelada" (a nível do solo). Os russos nada fizeram para ajudar, mesmo a poucos kms, era-lhes interessante que os alemães destruissem a rsistência antes de eles lhes tomarem o lugar de tirania.
Mal os alemães de renderam, os herois de guerra polacos foram deportados, presos ou simplesmente mortos. Nalguns casos polacos e nazis chegaram a ajudar-se perante a opressão russa. O soldado oficial alemão que dá o casaco a Szpilman n"O Pianista" passou mais de uma década num campo russo em trabalhos forçados até morrer. Durante o período da URSS, as maiores difamações foram feitas pela propaganda soviética contro o exército de resistência polaco. Foram apelidados de traidores interessados no seu bem estar e não no da Polónia (como se não fosse mais simples e cómodo nem ter lutado). Em 1982, houve nova revolta com perto de uma centena de mortos, e foi decretada Lei Marcial até 1989 e a queda do muro de Berlim.
Um dos senhores que cá conheci tem cerca de 50 anos, estava no exército em 1982 e foi obrigado a impôr a Lei Marcial. Diz ainda ter pesadelos desses tempos. Afirma também lembrar-se de ouvir Szpilman tocar piano.
Voltando a personalidade polaca, creio que pode tirar-se daqui alguma explicação. Foi um povo despojado da sua cultura, dos deus direitos e explorados por vários que sempre se aproveitaram deles nos seus momentos fracos e que os esmagaram e humilharam.
É impressionante o trabalho de reconstrução da zona velha da cidade (Stare Maisto) e o esforço de manter pormenores em cantos da cidade revestidos de História. O Castelo foi recontruido nos anos 70 e 80 com dinheiro de imigrantes nos US e Canada. O termo Canada é usado para presente na Polónia, devido aos que eram enviados pelos emigrantes no longinquo Canada ainda antes da WWII. Os nazis montaram um armazém no campo de concentração de Treblinka para guardar o expólio tirado aos judeus, a que davam o nome de "Canada".
Leitura indispensável: "Rising '44 the Battle for Warsaw" de Norman Davies.
Mal os alemães de renderam, os herois de guerra polacos foram deportados, presos ou simplesmente mortos. Nalguns casos polacos e nazis chegaram a ajudar-se perante a opressão russa. O soldado oficial alemão que dá o casaco a Szpilman n"O Pianista" passou mais de uma década num campo russo em trabalhos forçados até morrer. Durante o período da URSS, as maiores difamações foram feitas pela propaganda soviética contro o exército de resistência polaco. Foram apelidados de traidores interessados no seu bem estar e não no da Polónia (como se não fosse mais simples e cómodo nem ter lutado). Em 1982, houve nova revolta com perto de uma centena de mortos, e foi decretada Lei Marcial até 1989 e a queda do muro de Berlim.
Um dos senhores que cá conheci tem cerca de 50 anos, estava no exército em 1982 e foi obrigado a impôr a Lei Marcial. Diz ainda ter pesadelos desses tempos. Afirma também lembrar-se de ouvir Szpilman tocar piano.
Voltando a personalidade polaca, creio que pode tirar-se daqui alguma explicação. Foi um povo despojado da sua cultura, dos deus direitos e explorados por vários que sempre se aproveitaram deles nos seus momentos fracos e que os esmagaram e humilharam.
É impressionante o trabalho de reconstrução da zona velha da cidade (Stare Maisto) e o esforço de manter pormenores em cantos da cidade revestidos de História. O Castelo foi recontruido nos anos 70 e 80 com dinheiro de imigrantes nos US e Canada. O termo Canada é usado para presente na Polónia, devido aos que eram enviados pelos emigrantes no longinquo Canada ainda antes da WWII. Os nazis montaram um armazém no campo de concentração de Treblinka para guardar o expólio tirado aos judeus, a que davam o nome de "Canada".
Leitura indispensável: "Rising '44 the Battle for Warsaw" de Norman Davies.
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