Santacruzenses em defesa da Pátria na Índia III

Legado de Portugal permanece respeitado

Portugal não reconheceu o retorno de Goa á nação Indiana, senão em 1974 após a revolução. O reatar de relações diplomáticas entre as duas nações deu-se apenas já em 1992, com uma visita oficial do P.R. Mário Soares.

Actualmente Goa permanece muito Portuguesa em termos de herança patrimonial, desde a construção habitacional religiosa e administrativa, ao comércio. Mantendo a toponímia de ruas, povoações, ribeiras fica uma sensação de estarmos ainda em território Português. A cidade mais populosa é a de Vasco da Gama, existe o Forte de Aguada, Hotel Fidalgo, tudo nome único sem tradução local. A Basílica do Bom Jesus, onde está o corpo de São Francisco Xavier fica junto à Catedral de Santa Catarina. A pronúncia desses nomes em hindi é qualquer coisa como “Bazílíka bum je”.

Túmulo de São Francisco Xavier

Em Panaji, a capital do estado, é onde se torna mais evidente a nossa presença. Muitas ruas com nomes Portugueses, Avenida Dom João de Castro, a zona das Fontaínhas, as lojas Menezes, Escola Dom Bosco.
Consultório Dr. Menezes em Panaji

O legado cristão é muito forte. Além dos templos que já falei, e que são gigantescos comparados com os hindus, existem inúmeras capelas, e pequenos santuários com cruz á beira das estradas. Não parece ser fácil ouvir língua portuguesa na rua, nem identificar um goês pela cara. Passámos a frente de uma loja onde se via o símbolo do Sporting Clube de Goa, que participa na liga de futebol, neste momento em 3º lugar.

No magnífico museu aéreo da Marinha Indiana, junto a Dabolim, encontram-se fotos da independência numa das salas. Retratam acções de espancamento de independentistas goeses por parte dos Portugueses, e do dia da vitória. Pode-se ver uma ponte destruída por nós, apesar de sabermos que a política de destruição não foi cumprida. Verdade seja dita que esta secção do museu é minúscula e que não é feito grande alarido do assunto. Veio um militar do museu amigavelmente perguntar-nos de onde éramos, num inglês muito mau. Respondi-lhe que éramos Portugueses. Começou com uma conversa sobre Portugal a independência e a Índia. Evitando ferir qualquer tipo de susceptibilidades, ainda mais dentro de uma base militar, disse que gostávamos muito da Índia e que Goa estava muito bem. Parece que o senhor era um pró-Portugal e estava pouco contente com a anexação, mas evitámos dar-lhe qualquer tipo de razão, não fosse alguém ouvir ou termos percebido mal.

Referências:
· Abecasis, José Cruz, “Bordo de Ataque”, Coimbra Editora, 1985
· Aeroporto de Goa, http://www.goanairport.com/
· Airliners, http://www.blogger.com/www.airliners.net
· Amigos do Oriente, http://www.amigosdooriente.com/
· Arquidiocese de Goa e Damão, http://www.archgoadaman.org/
· Azeredo, Carlos de, “Trabalhos e Dias de um Soldado do Império", Livraria Civilização Editora, 2004
· Catholic Hierarchy , http://www.catholic-hierarchy.org/
· Silva, Pe. Augusto; Meneses, Carlos, “Elucidário Madeirense, Volume I”
· NESOS, www.nesos.net
· Revista da Armada, Dezembro de 2001, http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_dez2001/pag20.html
· The Goan Fórum, http://www.colaco.net/1/GdeFdabolim1.htm
· Voa Portugal, http://www.voaportugal.org/
· Wikipedia, http://en.wikipedia.org/wiki/Operation_Vijay_(1961)

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