O Basket Espanhol, 15 anos depois
Desde 1992 que sou um grande fã de basket NBA. Em 1993, vi na TV espanhola pela primeira vez um jogo de basket europeu, um espetacular Joventut de Badalona x OAR Ferrol, nos playoffs da ACB. Fiquei maravilhado, apesar de qualidade nitidamente inferior á da NBA, era um liga espetacular onde abundava o basket fluido, com pavilhões cheios. Era a única liga que permitia 3 estrangeiros, de modo que os jogos eram afundanços atrás de afundanços e muito contra-ataque.
Quem sofria com isto era o jogador espanhol. Os jogos de 40 minutos dão para 200 minutos para jogadores. Os 3 estrangeiros joavam sempre 40 minutos os três, logo 120, ficando apenas 80 minutos para os restantes 9 jogadores nacionais.
Notava-se não tanto no número de jogadores bons espanhois mas sim na atitude do jogador médio e do jogador jovem.
Havia já jogadores de craveira, como Villacampa, Herreros e Epi. Mas a maior parte servia apenas para passar a bola aos americanos. A falta de ambiação dos jovens era gritante. Não há melhor exemplo que o Tomás Jofresa do Joventut. Jogador da escola, tinha 1,85, velocidade, tiro, drible e garra. Maravilhou tudo e todos num jogo de exibição contra os Golden State Warriors em 1994. Acontece que sofria da doença típica do jogador branco europeu espanhol da altura. Em campo, passava a bola sempre aos americanos e só lançava quando estava sózinho. Isolado toca a fazer sempre uma simples bandeja não vá falhar ou um americano o desarmar. Este rapaz nunca deu o passo em frente, apesar de ir á seleção.
Outro exemplo grave é típico Poste Europeu da altura. Vamos ver o Ferran Martinez. Tinha 2.13m e pesado o suficiente para não abusarem dele. Tinha um bom lançamento e adorava lançar de 3 pontos. Agora movimentos no poste baixo, ou autoridade no ressalto, desarmes ou marcar por baixo do cesto, nem ver. Qq americano de 1,95m para cima lhe apanhava as bolas e afundava na tromba dele. Outro caso horrendo era o Juan Antonio Orenga. Com 2,06 e um fisico digno do Karl Malone contentava-se em marcar uns 6 pontos e colher uns 6 ressaltos. Deixava o trabalho cansativo para os americanos.
Estes dois iam á seleção e eram fortemente elogiados pelos comentadores sempre que metiam um triplo, mas nunca criticados quando falhavam um lançamento debaixo do cesto perante oposição mais baixa.
O seleccionador chamava-se Lolo Sainz, é preciso decisar mais? Um Carlos Queirós, que tinha lugar cativo e cultivava as amizades dentro da Federação e com a imprensa. Os comentadores eram também fortemente coniventes com o fracasso á partida filosófico do jogador espanhol.
Um belo exemplo foi o do Ricardo Peral, que esteve a jogar com Tim Duncan na NCAA (Wake Forest). Era tido como o novo break-through no basket de nuestros hermanos. Quando o vi jogar pela 1a vez, na seleção do Euro-sub22, fiquei chocado. Não tinha nada: força, garra, tiro, nada!! Era dos piores da própria equipa. Claro que era sempre titular e qualquer coisa que fizesse era logo um elogio imenso dos comentadores. Por mais tempo que jogasse não fazia mais que meter uns 4 ou 5 lances livres, um lançamento fácil e uns 3 ou 4 ressaltos.
Tudo isto culminou o "Angolazo" e o "Chinazo", os fracassos nos JO92 e Mundial de 94. Derrota com Angola em casa pro 20 pontos!!! Eleminação ás mãos da China que tinha perdido com os USA por 60 pontos. Sempre com talento na equipa, mas black-out mental.
Andemos 15 para a frente.
A Espanha é vice-campeã Europeia e Olimpica, e campeã Mundial.
Vários jogadores são figuras de destaque na NBA, quases todas sem experiência NCAA.
Os manos Gasol, Rudy, Calderón são dos melhores jogadores na sua posição.
São destemidos, bons técnicamente, muito atléticos (apesar de não serem pretos!!) e dão sempre a cara pela sua seleção.
O Pau é um extremo com a altura de um poste. Capaz de driblar, lançar, é muito rápido, agressivo e lutador. É também um vencedor nato, titular nos Vice-Campeões Lakers.
O Rudy é tudo aquilo que os seus companheiros do Joventut dos anos 90 nunca foram capazes. Foi o melhor marcador da equipa e o jogador mais espetacular. Não é arrogante mas também não é subserviente. Isto apesar dos estrangeiros, dos Bosman e Bosman-B que invadiram a liga ACB.
Na final dos JO, fez o impensável, ficou liberto já dentro da área dos 3 pontos, deu um drible e meteu um afundanço com falta na tromba do Dwight Howard!! Causou uma enorme onda de admiração no povo americano. Joga agora nos Blazers onde têm apostado nele e aparece frequentemente em jogadas espetaculares seleccionadas pela NBA.
Espero um dia o mesmo para o basket tuga:)
Quem sofria com isto era o jogador espanhol. Os jogos de 40 minutos dão para 200 minutos para jogadores. Os 3 estrangeiros joavam sempre 40 minutos os três, logo 120, ficando apenas 80 minutos para os restantes 9 jogadores nacionais.
Notava-se não tanto no número de jogadores bons espanhois mas sim na atitude do jogador médio e do jogador jovem.
Havia já jogadores de craveira, como Villacampa, Herreros e Epi. Mas a maior parte servia apenas para passar a bola aos americanos. A falta de ambiação dos jovens era gritante. Não há melhor exemplo que o Tomás Jofresa do Joventut. Jogador da escola, tinha 1,85, velocidade, tiro, drible e garra. Maravilhou tudo e todos num jogo de exibição contra os Golden State Warriors em 1994. Acontece que sofria da doença típica do jogador branco europeu espanhol da altura. Em campo, passava a bola sempre aos americanos e só lançava quando estava sózinho. Isolado toca a fazer sempre uma simples bandeja não vá falhar ou um americano o desarmar. Este rapaz nunca deu o passo em frente, apesar de ir á seleção.
Outro exemplo grave é típico Poste Europeu da altura. Vamos ver o Ferran Martinez. Tinha 2.13m e pesado o suficiente para não abusarem dele. Tinha um bom lançamento e adorava lançar de 3 pontos. Agora movimentos no poste baixo, ou autoridade no ressalto, desarmes ou marcar por baixo do cesto, nem ver. Qq americano de 1,95m para cima lhe apanhava as bolas e afundava na tromba dele. Outro caso horrendo era o Juan Antonio Orenga. Com 2,06 e um fisico digno do Karl Malone contentava-se em marcar uns 6 pontos e colher uns 6 ressaltos. Deixava o trabalho cansativo para os americanos.
Estes dois iam á seleção e eram fortemente elogiados pelos comentadores sempre que metiam um triplo, mas nunca criticados quando falhavam um lançamento debaixo do cesto perante oposição mais baixa.
O seleccionador chamava-se Lolo Sainz, é preciso decisar mais? Um Carlos Queirós, que tinha lugar cativo e cultivava as amizades dentro da Federação e com a imprensa. Os comentadores eram também fortemente coniventes com o fracasso á partida filosófico do jogador espanhol.
Um belo exemplo foi o do Ricardo Peral, que esteve a jogar com Tim Duncan na NCAA (Wake Forest). Era tido como o novo break-through no basket de nuestros hermanos. Quando o vi jogar pela 1a vez, na seleção do Euro-sub22, fiquei chocado. Não tinha nada: força, garra, tiro, nada!! Era dos piores da própria equipa. Claro que era sempre titular e qualquer coisa que fizesse era logo um elogio imenso dos comentadores. Por mais tempo que jogasse não fazia mais que meter uns 4 ou 5 lances livres, um lançamento fácil e uns 3 ou 4 ressaltos.
Tudo isto culminou o "Angolazo" e o "Chinazo", os fracassos nos JO92 e Mundial de 94. Derrota com Angola em casa pro 20 pontos!!! Eleminação ás mãos da China que tinha perdido com os USA por 60 pontos. Sempre com talento na equipa, mas black-out mental.
Andemos 15 para a frente.
A Espanha é vice-campeã Europeia e Olimpica, e campeã Mundial.
Vários jogadores são figuras de destaque na NBA, quases todas sem experiência NCAA.
Os manos Gasol, Rudy, Calderón são dos melhores jogadores na sua posição.
São destemidos, bons técnicamente, muito atléticos (apesar de não serem pretos!!) e dão sempre a cara pela sua seleção.
O Pau é um extremo com a altura de um poste. Capaz de driblar, lançar, é muito rápido, agressivo e lutador. É também um vencedor nato, titular nos Vice-Campeões Lakers.
O Rudy é tudo aquilo que os seus companheiros do Joventut dos anos 90 nunca foram capazes. Foi o melhor marcador da equipa e o jogador mais espetacular. Não é arrogante mas também não é subserviente. Isto apesar dos estrangeiros, dos Bosman e Bosman-B que invadiram a liga ACB.
Na final dos JO, fez o impensável, ficou liberto já dentro da área dos 3 pontos, deu um drible e meteu um afundanço com falta na tromba do Dwight Howard!! Causou uma enorme onda de admiração no povo americano. Joga agora nos Blazers onde têm apostado nele e aparece frequentemente em jogadas espetaculares seleccionadas pela NBA.
Espero um dia o mesmo para o basket tuga:)
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