A estupidez do Terrorismo - marca Nidal

Sempre considerei o terrorismo estúpido e cobarde. Em guerra é cada um por si e a tentar sobreviver, mas atacar pelas costas quando as hostilidades não estão em aberto é bastante discutível.

Ataques furtivos a politicos e a instalações militares ainda se compreendem do ponto de vista estratégico mas não deixam de ser reprováveis. Ataques a civis, não têm justificação nenhuma aceitável. Bombas em aviões de linha aérea, ataques a igrejas e autocarros, não podem representar qualquer causa credível.

Que dizer de um individuo de origem árabe ir para o Reino Unido namorar uma jovem Irlandesa de nome Ann Murphy, esta estar á beira de de dar a luz o filho de ambos, e que a mete num avião da El Al para Tel Aviv com uma bomba na mala?

Que dizer dos terroristas que foram em simultâneo aos balcões de check-in da El Al em Roma e Viena e abriram fogo sobre os passageiros? Em 2001 estive no Aeroporto de Viena. De repente apareceu uma brigada anti-terrorismo porque havia uma mala abandonada. Fomos obrigados a recuar imediatamente e formar uma clareira de 15 metros. Lembro-me do nos anos 80 ouvir explosões no Aeroporto de Orly, de malas abandonadas. Policias com metralhadoras por todo o lado.

Que dizer do sequestro do Achille Lauro e o velhote em cadeira de rodas assassinado?

Que dizer do massacre na sinagoga em Viena?

Sempre me fez confusão que raio ganhava a causa palestiniana com estes atentados senão gerar ódio e justificar ainda mais represálias contra os pobre palestianos.

A julgar pelos media da altura, eram todos os paises árabes extremistas empenhados na luta contra o Ocidente capitalista e a massacrar o pequeno estado de Israel.
A explicação é bastante óbvia, os objectivo não podiam ser senão:
- descredibilizar a luta da OLP, nem sempre, mas muitas vezes aberta a contactos diplomáticos;
- classificar de extremista (estúpida e irracional) toda a causa palestiniana;
- excusar Israel de qualquer culpa em usar a força em represálias;
- excusar Israel de negociar com (terroristas) palestinianos;
- fazer dinheiro.

O Abu Nidal nasceu na Palestina, de nome Sabri Al-Banna. começou a subir na escada da
Fatah comandada pelo falecido Yasser Arafat até se incompatibilizar e fundar a Fatah - O Conselhor Revolucionário (Fatah al-Majles al-Thawry). Também usou os nomes:
- Junho Negro;
- Brigadas Revolucionárias Árabes;
- Organização Revolucionária dos Muçulmanos Socialistas;
- por vezes, como Setembro Negro (falso).

Abu Nidal in the 1970s, in one of only a handful of photographs of him known to exist.


A sua organização só pode mesmo ser chamada de ANO (Abu Nidal Organization) já que os montes de pseudónimos foram apenas para confundir-se com outras existentes.

O seu CV é o mais rico em terror e só encontrou "rival" no 11 de Setembro, Osama Bin Laden. Viria a morrer no ano seguinte, morto no Iraque. Nos anos em que esteve mais activo, década de 70 e 80, foi o arquitecto dos mais macabros e crueis atentados, muitos deles na Europa.

A maior parte foram contra civis judeus e membros da OLP, entre outros encomendados a estados árabes como o Iraque a Líbia. O coronel Qadaffi e Sadam Hussein foram dos seus maiores clientes. Chegou inclusive a reivindicar atentados contra pagamento, sem tomar partido neles. O Silco foi uma barco de recreio cheio de belgas capturado com "terroristas israelitas" por engano pela Líbia. Descoberta a barraca tarde demais para evitar conflitos, a ANO lá assumiu como atentado e o Qaddafi "mediou" a libertação dos mesmos, saindo como um heroi.

A ANO era financiada tanto por líderes árabes que subcontratavam terroristas como por extorsão a vários estados. A Arábia Saudita e os EAU eram os mais visados, á boa moda da Cosa Nostra. Por vezes aconteciam "raptos" e o Nidal oferecia-se para mediar negociações com os raptores" e normalmente conseguia salvar os "raptados" cobrando uma pequena bela soma.Dizem ter extorquido fortunas ao governo francês depois dos sangrentos ataques em Paris.
Estabeleceu bases no Líbano, Líbia e Iraque. Esteve também na Jordânia e Síria e andou a saltitar sempre ao sabor do vento do apoio político. o Coronel Qadaffi foi dos mais fieis até os americanos lhe terem mudado o discurso.

A ANO foi responsável por cerca de 900 mortos, excluindo os 600 que ele mandou matar da sua própria organização nos anos 80. Em 1991 Abu Iyad, seu amigo e um dos membros mais importantes da OLP, foi morto pela ANO e esta nunca mais teve expressão dai em frente.

Curioso é nunca ter atacado sequer os israelitas nos colonatos, apesar de ser defensor da causa
palestiniana e de acusar Arafat de ser umn traidor. Nem mesmo nas cidades como Tel Aviv.
Mais ainda atacar a própria OLP, ainda mais que os israelitas, sempre sob o estigma de eles serem traidores á pátria. Relembrar que estes também perpetraram atentados mas em muito menor escala que a ANO.

Nidal e os seus serviços nunca foram atacados por israelitas mesmo sabendo-se por ele andava, nem mesmo a super-eficiente Mossad lhe consguiu chegar a deitar a mão.

Daqui só se pode concluir que estava ao serviço israelita. Durante muitos anos minou qualquer utilidade das pressões internacionais para negociações com a OLP, visto os palestinianos serem todos um bando de terroristas cegos e crueis.

Sacrificaram alguns agentes e alguns civis, peões num objectivo maior, o manter o território
nacional. Toda e qualquer tentativa de obter algo por via diplomática para os palestianianos foi
sabotada a paus e pedras.

A Austria andava a mediar negociações OLP - Israel mas foi alvo de vários atentados horríveis. Outros exemplos que não fazem sentido do ponto de vista da Palestina podem ser apresentados.

Um vasto leque de atentados sem objectivo estratégico aparente aconteceram. Em troca, ajudas sobre como atacar membros da OLP odiados por Nidal, protecção contra represálias israelitas e quem sabe, financiamento, mantiveram este terrorista décadas a degradar a humanidade.

É mesmo triste o que o mundo sofreu ás mãos de um lunático, pelos motivos sujos que foram, e gerando ódios a muitos que não tinham culpa nenhuma.

Para tentar acudir a um pouco de humor, se é qué é possível neste tema, a ANO chegou a reivindicar o atentado ao vaivém espacial Challenger...(sic).

Comments

Anonymous said…
"Guerra" é estupido. O resto do 1º paragrafo é desnecessário.

Agora vou ler o resto do texto.

Fortes

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